De todos os jantares promovidos pela Esfera, uma associação de financistas e empresários paulistas, nenhum atraiu tanto a nata paulistana quanto este, para ouvir o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que disputa as prévias do PSDB para escolha do candidato à Presidência da República. Chegou ao ponto do dono da casa, o empresário e jornalista João Carlos Camargo, ter que providenciar sanduíches às pressas, porque, os 60 confirmados inicialmente se transformaram em 115, dada a curiosidade do empresariado e até familiares, a respeito do discurso e do pré-candidato. “Dólar alto e queda da bolsa hoje se dá mas pela insegurança transmitida pelo presidente da República. Terei um governo com especialistas em todas as áreas, economia, saúde e educação, mas quem vai negociar com o Congresso sou eu”.
Leite chegou pontualmente as 19h e saiu pouco depois das 23h. Foi sabatinado por quase duas horas, depois de uma explanação inicial, de 15 a 20 minutos. Perguntaram-lhe a respeito de tudo, inclusive sobre o adversário interno, João Doria. “Quem tem menor rejeição? Eu. Se Dória resolver o problema da rejeição, não tenho nenhum problema em apoiá-lo, nas não estou vendo isso. Vejo que vou ganhar as prévias”. E sem citar o governador paulista, Leite mencionou que tem como característica saber ouvir as pessoas que o outro concorrente ouve para “rebater”.
A impressão de alguns dos presentes, pelo menos, foi a de que estavam diante de uma pessoa que “não tem nariz empinado” e nem é personalista ao ponto de querer impor uma candidatura a qualquer custo. Leite, alias, deixou claro que não será obstáculo a uma construção do centro que aglutine o eleitorado. “O país precisa é sair dessa maluquice”.
O Esfera planeja levar dentro de alguns dias o governador de São Paulo, João Dória, que, até aqui, não encontrou espaço na agenda para esse encontro. Afinal, dizem aliados do governador paulista, os empresários e representantes de fundo de investimento já conhecem Dória, suas propostas e acompanham de perto seu governo.