Um dos argumentos que o governo levanta ao longo do fim de semana para rebater a entrevista de Joesley Batista à revista Época é o caráter de vice decorativo que Michel Temer tinha durante todo o período do governo da presidente Dilma Rousseff e o papel de “regra três” do PMDB no governo do e-presidente Lula. Ou seja: quem tomava conta do país no período em que saíram todas as facilidades ao clã J&F era o PT e a dupla Lula/Dilma.
Outro ponto que os peemedebistas vão disseminar nos próximos dias é o desespero dos sócios da JBS Fri-Boi, que virou Do Chef. Joesley, com medo da extradição e da prisão, resolveu voltar para reforçar sua posição de “mocinho”.
Deixa quieto
Os peemedebistas vão tentar fazer com que os deputados do partido desistam de indicar o ministro da Cultura. A ideia é dar liberdade ao presidente Michel Temer para escolher um nome da área. Afinal, comentam alguns, esse setor não tem muitos votos na Câmara, mas faz um barulho danado.
Climão
A relação entre PSDB e PMDB já não era boa e vai piorar nos próximos dias por causa da nota do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É que já tem gente na base de Temer atribuindo a nota a uma cortina de fumaça para que os tucanos escondam seus próprios problemas.
Questão de ângulo I
Peemedebistas veem a nota de Fernando Henrique como uma forma de desviar a atenção justamente às vésperas de a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal julgar o pedido de prisão do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), uma vez que o ministro Marco Aurélio negou o envio para o pleno.
Questão de ângulo II
Os tucanos, em especial, os de São Paulo, viram de outra maneira: não dá para o partido cair no precipício junto com o PMDB, ainda que, para isso, tenha que entregar algumas cabeças da própria legenda.
Aposta da semana
Enquanto as investigações e os processos seguem seu curso e os congressistas do Nordeste marcam presença nas festas juninas, aqueles que ficam por Brasília vão jogar suas fichas na reforma política. Cláusula de desempenho é a prioridade. É uma tentativa de reduzir o número de partidos.
CURTIDAS
Comandante Rodrigo I/ Esta semana de Michel Temer na Rússia e o deputado Rodrigo Maia no comando do país é vista por setores da base aliada como um teste para o presidente da Câmara na gestão da crise. O PMDB, por exemplo, quer saber até que ponto irá a fidelidade dele a Michel Temer.
Comandante Rodrigo II/ Aqueles que comparam a validade do governo Temer à de um iogurte, querem saber se Rodrigo Maia terá fleuma e jogo de cintura para levar o país num cenário de PMDB em frangalhos, PSDB baleado por causa de Aécio Neves, e PT, visto como a origem de muitos problemas, com faca nos dentes. É confusão para mais de metro.
Perdem o amigo, mas…/ Os tucanos ainda encontram motivos para rir em meio a tantos problemas. Dia desses, um gaiato do partido comentava: “Ainda bem que o Alexandre Moraes se desfiliou do PSDB. Em qual cabeça ele se enquadraria?
… nunca a piada/ Quem pergunta aos políticos mais experientes do PMDB quem sobrará para 2018, sem ter nem um pequeno deslize a explicar, eles respondem: “Talvez aquele de 20 e poucos anos que acabou de formar e entrar no partido”. É, pois é.