Tudo o que o Palácio do Planalto queria na semana que vem era aprovar a proposta de emenda constitucional do teto de gastos sob o comando de Renan Calheiros. Agora, diante da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Melo essa possibilidade é remota. Quem assume a Presidência do Senado é Jorge Viana (PT-AC), primeiro vice-presidente da Casa. A base do governo já correu para dizer que há o compromisso dos senadores em aprovar o teto de gastos __ uma forma de evitar que o mercado fique muito nervoso amanhã cedo.
Renan brincou com a própria sorte ao tentar impor a votação do abuso de autoridade para esta terça-feira, depois do espetáculo da semana passada, quando colocou para votar um pedido de urgência para apreciar a proposta votada na Câmara que incluiu o abuso de autoridade entre as medidas de combate à corrução. O pedido de urgência foi rejeitado, mas Renan ficou marcado como alguém que defendia um pé no acelerador. Foi essa manobra e a intenção anunciada de Renan de pautar uma lei de abuso de autoridade para amanhã que levaram a Rede Sustentabilidade a pedir o afastamento de Renan, concedida em caráter liminar pelo ministro Marco Aurélio. Agora, com um recurso de Renan, o assunto deve ir para o pleno.
Marco Aurélio considerou que quem é réu não pode estar na linha sucessória da Presidência da República. Embora essa matéria ainda não tenha sido apreciada em definitivo pelo STF, sabe-se que seis ministros, número expressivo, já manifestaram seu voto contrário à permanência de réus em processos judiciais na linha sucessória da presidência da República. Ou seja, a semana, que havia começado morna com “só” mais uma fase da Lava Jato, agora ferve. Vejamos os próximos episódios.