É o que tem para hoje: “Vocês nomeiam, eu demito”

Publicado em coluna Brasília-DF

Entre um governo de notáveis e outro que lhe renda votos no Congresso para aprovar medidas importantes logo na largada, o vice-presidente Michel Temer ficou com a segunda opção. Seus aliados informam que pancada maior do que o desgaste do toma-lá-dá-cá será patinar nas primeiras medidas econômicas a serem apresentadas.

O discurso para Michel Temer desistir de reduzir já o número de ministérios vai mais além: É que, sem uma reforma política, não há como promover uma reforma administrativa. E quem quer maioria para governar tem que se relacionar com esse congresso que aí está: São 24 partidos com representação na Câmara, sendo que apenas quatro não vão compor a base parlamentar de Temer __ PT, PCdoB, Rede e PSol. Michel Temer, entretanto, faz chegar a todos escalados para representar os partidos: “Vocês nomeiam e eu demito”. Ou seja, se o sujeito indicado não apresentar resultados ou se enrolar no cargo, estará fora.

Vingança
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, não brinca. Essa semana, mandou exonerar Mônica Azambuja da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A funcionária chegou para trabalhar e lhe pediram o crachá, porque estava demitida “por ordem da ministra”. Mônica foi casada por 27 anos com o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves.

Dança das cadeiras I
A cúpula do PR comunicou a seus deputados que o convite para integrar a equipe de Michel Temer incluía o Ministério dos Transportes acrescido da estrutura da pasta da Aviação Civil. A bancada do PMDB na Câmara foi informada de que a Aviação Civil não será incorporada aos Transportes e será entregue a um representante do partido na Câmara.

Dança das cadeiras II
Quem acompanha o dia-a-dia das negociações de Michel Temer avisa: “Até o dia da posse, nada é definitivo”.

Nem vem
O chefe do Estado Maior do Exército, general Sérgio Etchegoyen, esteve com Michel Temer na noite de terça-feira e, segundo interlocutores do vice-presidente, ainda insiste na recriação do Gabinete de Segurança Institucional. Temer não pretende recriar cargos. Já chega o fato de não conseguir extinguir tantos ministérios como gostaria. Afinal, é um novo governo com Congresso velho.

CURTIDAS

Festa no vizinho/ Renan Calheiros e Eduardo Cunha que se preparem: uma das vizinhas, a advogada Fernanda Hernandez, prepara uma recepção para o filho e a noiva, em sua mansão. É a prévia de casamento, que será em junho, na Grécia. Do jeito que a vida de Cunha e de Renan anda complicada, tudo o que eles querem é distância da badalação.

RSVP/ O senador Gim Argello (PTB-DF), se estivesse liberado, certamente estaria presente. Ele é ligado a Alexandre Pantazis, parente da noiva. Para quem não se lembra, Pantazis é aquele empresário milionário, que já foi filiado ao PTB de Gim e terminou acusado de vender trilhos de má qualidade para a Ferronorte.

Por falar em Gim…/ Seus amigos informam que ele está mais magro e chora todos os dias, por causa da condução coercitiva do filho e o receio de que também acabe preso. Aliás, a carceragem de Curitiba ganhou o apelido de Spa do Moro. Todos que passaram por lá saíram mais magros, inclusive Mônica Moura e João Santana.

Onaireves II/ Assim os deputados aliados ao governo se referem ao deputado Adail Carneiro, do PP do Ceará. Ele saiu do secretariado de Camilo Santana para votar a favor de Dilma na Câmara. Numa tacada só, traiu o governador, Dilma, Lula e ainda os irmãos Cid e Ciro Gomes. Onaireves, para quem não se lembra ou é jovem, foi o deputado que fez um jantar de apoio para Fernando Collor em 28 de setembro de 1992 e, no dia seguinte, votou a favor do impeachment.

E o Cunha, hein?/ Hoje, com o julgamento do Supremo Tribunal Federal, voltará ao foco.