PT fechará com Hugo Motta

Publicado em Política, Presidência da Câmara 2025

 

 

Definido o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP_AL), ao líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), o PT não vai deixar para janeiro a sua escolha para a Presidência da Câmara. O partido de Lula anuncia nas próximas horas o respaldo formal ao deputado paraibano. Os petistas ponderam que não dá para ficar contra uma construção que tem a chancela do atual comandante da Câmara, porque, se Motta vencer sem o apoio dos petistas, o governo é que pagará a conta. Foi assim, em 2015, quando Eduardo Cunha venceu sem que o PT apoiasse a candidatura do então líder do MDB. Agora, com o apoio formal do PT, restará ao candidato do PSD,  Antonio Brito, e ao do União Brasil, Elmar Nascimento, apostarem nas traições. Se ocorrer, não será a primeira vez. Foi assim que Severino Cavalcanti chegou lá no passado. Porém, agora está mais difícil repetir essa dose.

Lira dá a largada à candidatura de Hugo Motta com PL, PP, Republicanos e MDB

Publicado em Presidência da Câmara 2025

 

O esperado anúncio do presidente da Câmara, Arthur Lira, à candidatura do líder do Republicanos, Hugo Motta, à sua sucessão foi um anticlímax. Muito diferente daquele que havia imaginado lá atrás, quando anunciou que teria, sim, um nome à sua sucessão. Esperou um consenso que não veio. Por isso, começou nesta manhã com uma explicação de que “seria apenas um posicionamento do deputado Arthur”, mas “alguns deputados fizeram questão de estar aqui”. Logo no início, citou o “voto de confiança”de 464 parlamentares”, recebido na última eleição e as reformas que liderou, ressaltando as palavras “diálogo e convergência”.

Lira, porém, não avançou o sinal ao dizer que Hugo Motta era um candidato de consenso, como foi dito pelo presidente do Republicanos, Marcos Pereira, ao lançar a candidatura do deputado paraibano em agosto. Ao contrário. Lira se referiu à “plena legitimidade” dos que se colocam nessa disputa. “Jamais caberia a mim, presidente da Casa “entre iguais” cercear as “legítimas pretensões” de quem quer que seja, ou “obstar o projeto político de outro parlamentar”. E, de quebra, ressaltou os dois adversários, Antonio Brito, do PSD, e Elmar Nascimento, como “amigos da vida”. Foi tanta explicação que, para muitos, é sinal de que nem tudo está cem por cento para Hugo Motta, a preços de hoje.

Lira ressaltou Motta como alguém que tem capacidade de juntar polos aparentemente antagônicos, “com diálogo, leveza e altivez”.  Ao lado de Lira, naquele momento, estavam, além de Motta,  integrantes do PL, do PP, do Republicanos e do MDB. No caso do MDB e do PP de Lira estavam os líderes Isnaldo Bulhões (AL) e Doutor Luzinho (RJ). Ou seja, ainda não há o consenso que Arthur Lira prometeu em agosto. Porém, é muita coisa. O presidente da Câmara tem muito peso nesta disputa. Mas explicou tanto que deu a entender a muitos políticos que o caminho até fevereiro não está totalmente pavimentado.

Ao ressaltar como qualidade central de Hugo Motta como “maiores condições politicas de construir convergência”, Lira tenta jogar Elmar Nascimento e Antonio Brito para a esquerda, que não tem maioria na Casa. Arthur não menciona, no entanto,  que tanto Elmar quanto Brito vêm dos partidos de centro, que seguem divididos nesta disputa. Se Elmar e Antonio Brito conseguirem a maioria do centro e a esquerda, Hugo Motta estará sob risco. Ciente deste fato, Lira citou que o seu candidato é o nome mais indicado para manter “a marcha da Câmara”. A preços de hoje, difícil é Hugo repetir a votação histórica de Lira em fevereiro de 2023, 464 votos, este sim, um placar de convergência e consenso, que Lira conseguiu com o apoio dos adversários de Motta., governo e oposição. Esse cenário ficou para trás.