Categoria: coluna Brasília-DF
O presidente Michel Temer está disposto a enfrentar logo o pedido que o ministro Edson Fachin encaminhou ao Congresso. Todo o movimento no governo será no sentido de fechar o semestre com o pedido de investigação recusado na Câmara dos Deputados, um objetivo hoje com alta probabilidade de ser atingido. Temer quer votar logo para que não incorrer no que considera um erro (seria mais um): deixar o país parado até agosto esperando a votação.
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Quanto a outros processos que fatalmente o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, colocará na roda, a estratégia muda. Aí sim, dizem aliados de Temer, será hora de esperar para votar todos de uma vez. Afinal, Janot tem mais dois meses no cargo. Portanto, se quiser investigar Temer, terá que oferecer as denúncias ao Supremo Tribunal Federal em agosto, quando o Judiciário volta do recesso.
Sem reforço
A Força Sindical não engrossará a greve geral convocada pela CUT para amanhã. “Greve é para negociar e o governo abriu negociação ao mencionar uma medida provisória para corrigir os erros da reforma trabalhista.”
Suspense palaciano
O terceiro andar do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete do presidente Michel Temer, parou para assistir ao pronunciamento em que Renan Calheiros anunciou que se afastaria do cargo de líder do PMDB. Quando terminou, muitos ficaram aliviados. Renan se ateve a um discurso semelhante ao que vem fazendo há meses.
Doria e o Bolsa Família
O empresariado do DF saiu do almoço com o prefeito de São Paulo, João Doria, bastante empolgado com a forma destemida e corajosa com o que o prefeito aborda assuntos considerados intocáveis, inclusive o Bolsa Família. “Sou contra programas assistencialistas. Não é com isso que se resolverá os problemas sociais no Brasil, e sim com educação, saúde e emprego”, disse o prefeito, provocando aplausos na plateia e comentários do tipo, “meu presidente!”
Por falar em Doria…
A conversa dele ontem com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, girou em torno de programas de São Paulo que deram certo — caso do corujão da saúde, por exemplo, para exames, que usa a estrutura ociosa de hospitais privados à noite — e o do licenciamento de empresas no DF, que terminou implementado em São Paulo.
… Ele está de olho no PSB
O PSB é hoje um parceiro dos tucanos em São Paulo, tem o vice-governador, Márcio França. Há quem diga que nada impede a busca dessa parceria no DF, num futuro próximo. Ainda que Doria tenha participado de jantar ontem na casa do deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), pré-candidato a governador, 2018 é visto como algo em aberto pelo prefeito paulistano e pelo comando nacional do partido.
CURTIDAS
E o “branco” ficou em segundo/ Por pouco, o voto em branco não empata com Nicolao Dino na eleição para compor a lista tríplice de indicados ao cargo de procurador-geral da República. Foram 605 votos em branco e 621 para Nicolao Dino. Sinal de que muitos não quiseram correr o risco de deixar o seu candidato preferido fora da lista e votaram num único nome.
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Lá e cá/ Michel Temer não foi o primeiro a escolher o segundo nome da lista tríplice da Procuradoria-Geral da República, no caso, Raquel Dodge. O governador do Maranhão, Flávio Dino (foto), irmão do procurador Nicolao Dino, havia escolhido o segundo mais votado da lista da procuradoria do estado. Agora, Temer poderá dizer que apenas seguiu a “jurisprudência” da família Dino.
Só pensa naquilo/ Em reunião sobre reforma política esta semana, cada um dizia o que queria, distritão, voto distrital misto e lá vai. Eis que, de repente, segundo contou um parlamentar, o senador Hélio José (PMDB-DF) saiu-se com esta: “Eu quero é o meu SPU”. Referia-se ao cargo que perdeu na Secretaria de Patrimônio da União.
Sem volta/ Garibaldi Alves (PMDB-RN) avisou de antemão que não comparecerá à reunião de despedida de Renan Calheiros do comando da bancada. Vai apenas na hora de eleger no novo líder. O mais cotado é o senador Raimundo Lira (PMDB-PB). Veja detalhes nos posts abaixo.
Nicolao Dino pode se preparar. Desta vez, o mais votado da lista tríplice da Procuradoria-Geral da República não assumirá o cargo de procurador-geral. No Planalto, a análise é de que o desgaste do presidente Michel Temer é de tal monta que respeitar a lista ou não será indiferente. Se for para escolher alguém dos três candidatos, ficará com Raquel Dodge. A indicação, entretanto, não deve demorar. Tudo para ver se transforma Rodrigo Janot em rei posto.
Na boca das
excelências
Nenhum deputado pareceu surpreso diante da comparação que Michel Temer fez ao citar que acusá-lo de receber os R$ 500 mil de Rocha Loures seria o mesmo que dizer que o ex-procurador Marcelo Miller dividiu os milhões que ganhou do grupo JBS com o “chefe” (Rodrigo Janot). Entre os parlamentares, muitos mencionavam isso à boca pequena há, pelo menos, três semanas.
Sentiu o golpe
A nota que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, divulgou ontem no fim da tarde foi vista no Planalto como um sinal de que Michel Temer conseguiu, finalmente, colocá-lo na defensiva.
Duelo em curso
Mal Michel Temer acabou seu pronunciamento ontem, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ingressou com uma ação de inconstitucionalidade contra a lei que regulamenta a terceirização. É cada um jogando com as armas que tem.
Imagina na Copa!
Se a reforma trabalhista, proposta que exige maioria simples, está dando tanto trabalho para o governo entre os senadores, a previdenciária tende a ficar em banho-maria. Pelo menos, até 2019. Os deputados só querem votar a emenda da Previdência quando houver clima para aprová-la no Senado.
Contágio
eleitoral
O senador Eduardo Braga, candidato a governador do Amazonas, aproveitará hoje a leitura de seu voto em separado na reforma trabalhista para reforçar as críticas ao governo Temer. “O que tem se verificado é a completa submissão do trabalhador aos interesses do empresariado”, diz.
É o chefe da conspiração contra
o país. Merecia o impeachment!”
Do ex-presidente do PFL Jorge Bornhausen, referindo-se ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, engrossando o coro dos governistas
House of Brazil/ Deputados comparavam ontem a famosa série House of cards com a realidade da política nacional. Na ficção, Frank Underwood parece planejar tudo a seu favor. No dia a dia em Brasília, está tudo na base do improviso.
Duelo/ Depois de Michel Temer versus Rodrigo Janot, foi a vez de Renan Calheiros (foto) puxar o sabre contra o líder do governo, Romero Jucá: “O erro do presidente Temer foi pensar que poderia governar o Brasil influenciado por um presidiário de Curitiba”. Jucá não respondeu.
E a galera deliiiiraaaa!/ Há tempos, Renan Calheiros não era tão elogiado pela oposição. O líder do PT, Lindbergh Farias, se referiu a Renan como um dos maiores líderes da Casa. Randolfe Rodrigues, da Rede, idem.
Questão de ângulo/ Sempre atentos ao cenário, alguns fotógrafos ontem no Planalto buscavam um quadro que não aparecesse quem estivesse respondendo a algum imbróglio na Justiça. Difícil. Na plateia de parlamentares que assistiu in loco ao pronunciamento de Michel Temer, a maioria tem contas a acertar ou se sente perseguido pelo Ministério Público.
O maior receio do Planalto hoje é o Supremo Tribunal Federal (STF) demorar a enviar a denúncia de Rodrigo Janot contra Michel Temer para a Câmara dos Deputados, a ponto de comprometer a intenção do governo em resolver essa “pendência” antes do recesso de julho. Porém, se ficar para agosto por causa da pausa no Judiciário, vai atravessar o calendário político de preparação para o período eleitoral. Isso, obviamente, gera mais dificuldades para tirar o presidente da enrascada provocada pela delação de Joesley Batista. Arrisca, inclusive, desacelerar ainda mais a economia.
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Por essas e outras, essa semana começará um movimento para que o STF não entre em recesso sem encaminhar tudo para o Congresso. Nas conversas políticas, há quem diga que não dá para os “togados” e os parlamentares saírem de férias deixando o país em suspense.
Loures e o resto
Entre os argumentos dos deputados que trabalham votos pró-Temer na CCJ está o fato de Rodrigo Rocha Loures não apresentar nada contra o presidente. Loures é considerado no meio político o único capaz de provocar um “fato novo” e, por tabela, a queda do atual governo.
O que move os tucanos
Em suas conversas mais reservadas, os tucanos têm revelado a certeza de que o PMDB, ainda que Michel Temer sobreviva, não apoiará o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à Presidência da República e nem o prefeito paulistano, João Doria. O acordo do partido era com o senador Aécio Neves, que saiu da fila.
Sai pra lá!
O PR ligado a Valdemar da Costa Neto não quer Jair Bolsonaro no partido, porque não deseja apostar no incerto para 2018. Ainda que Bolsonaro se apresente bem nas pesquisas, os parlamentares acreditam que o deputado é meio Russomanno: vai bem até um pedaço, mas não leva.
O Hezbollah e o PCC
Relatório apresentado em maio pela Foundation for the Defense os Democracies acendeu o alerta vermelho por aqui. O instituto, com sede nos Estados Unidos e diversas pesquisas sobre democracia, política e terrorismo, aponta o mercado ilegal de tabaco na América Latina como fonte adicional de renda do Hezbollah e o PCC como parceiro comercial do grupo.
De véspera/ O prefeito de São Paulo, João Doria (foto), desembarca amanhã em Brasília para uma rodada de conversas com o empresariado local. Talvez por isso, aliados de Geraldo Alckmin digam desde já que o governador é o candidato natural à Presidência da República no ano que vem.
De antevéspera/ No PT, a ordem é fazer a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva como se a condenação do
ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e os casos envolvendo o ex-presidente fossem assuntos de Marte. Ninguém vai entregar os pontos.
Por falar em entregar os pontos…/ No governo de Michel Temer, a disposição de permanecer no Planalto é semelhante ao ânimo de Lula em se manter candidato.
A culpa é do Eduardo!/ Em conversas reservadas, peemedebistas debitam na conta de Eduardo Cunha o fato de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ser o nome para substituir Michel Temer. É que estava tudo pronto para que Maia fosse líder do governo na Câmara. Cunha insistiu em André Moura, do PSC. Rodrigo terminou acima de Moura, de Eduardo e pronto para assumir o Planalto.
A CPI Mista da JBS começa a voltar suas baterias para a relação para lá de amistosa entre Joesley Batista, o ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff. No ano eleitoral, por exemplo, Joesley esteve no Planalto no dia 14 de agosto, em plena campanha, conforme registro da agenda oficial da presidente. Em outubro, voltou ao Planalto fora da agenda, justamente no dia em que havia a exposição “Mulheres do Brasil”. A uma amiga que encontrou quando chegava ao Planalto o empresário perguntou: “Por que está esse mulherio todo hoje aqui?”, com o maior ar de quem era habituè do pedaço. Já tem assessores em busca de imagens de Joesley nos salões palacianos. Em especial, nos governos Lula e Dilma. Em 2014, aliás, o lucro líquido da JBS foi de R$ 2 bilhões,120% a mais do que em 2013. Entre a audiência de agosto e a visita de outubro ao Planalto, não se sabe com quem foi conversar, o Tribunal de Contas da União (TCU) começou a investigar o desembolso bilionário do BNDES para o grupo de Joesley.
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Em tempo: há quem diga que a CPI promete se transformar numa queda de braço às avessas, na qual o PT tentará jogar o megadoador no colo do PMDB e os peemedebistas vão atirar Joesley no colo dos 13 anos de PT, quando o grupo se tornou a gigante do mercado de carnes no Brasil.
Troca na PF
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, ficou surpreso com o número
de delegados interessados em substituir Leandro Daiello no comando da Polícia Federal. Com um amigo, comentou
que há pelo menos seis pessoas de olho no cargo.
Dois gumes
Senadores tarimbados no toma lá dá cá avisaram ontem ao governo que a retaliação, na atual conjuntura, pode terminar afastando de vez votos importantes para o Planalto no jogo político do Congresso. Afinal, enquanto a denúncia de Rodrigo Janot for uma sombra sobre o presidente Michel Temer, a insegurança da base permanecerá alta.
O alerta dos advogados
Depois do julgamento em que Andréa Neves foi para a prisão domiciliar, os advogados redobraram a atenção com os votos dos ministros. É que eles juram que, no voto vencido do ministro Luís Roberto Barroso, ele menciona que “interceptações telefônicas revelam habitualidade no crime” e se refere a diálogos transcritos. “Ele se refere a diálogos transcritos que não existem no processo”, comenta o advogado Marcelo Leonardo.
O medo dos advogados
Outros profissionais que acompanham seus clientes ficaram preocupados e dizem desconhecer nos autos gravações de conversas entre Joesley Batista e Andréa Neves. “Já imaginou se ela ficasse na cadeia por uma transcrição que não existe?”
É pique, é pique!/ Na semana em que o BNDES comemora 65 anos, o Instituto Indigo, fundação ligada ao partido
Livres, antigo PSL, lança um site em “homenagem” ao banco http://www.bndes.site/ A página foi batizada de Buraco Negro de Endividamentos e Subornos.
É hora, é hora!/ Ali, o internauta poderá conhecer os grandes feitos do banco, como “obra inacabada” do Porto de Luís Corrêa ou ainda fazer simulação de empréstimos e saber o que poderia ser feito com tantos recursos em áreas como saúde e saneamento. Entre os patrocinadores de mentirinha do site, estão, a JBS, a Odebrecht e Grupo EBX.
Rá-ti-bum!/ A alegria do Livres deve durar pouco, porque usa a marca do banco. Os autores, entretanto, trataram de se precaver: Ali, aparece “Aviso legal: este site é uma paródia, com fins de crítica política”.
Enquanto isso, no STJ…/ O juiz Nicolau, aquele que recebeu o apelido de Lalau quando condenado pelo desvio de recursos na construção do TRT de São Paulo, ainda não teve o sossego dado aos delatores premiados da Lava-Jato e de outros crimes. Ele recorreu para que seja processada ali a reclamação proposta em 2015 contra a 1ª Vara Criminal paulista, que indeferiu o pedido de reconhecimento da prescrição e o de indulto. A 5ª turma do STJ julgará o caso na terça-feira.
Nos bastidores do julgamento do Supremo Tribunal Federal, ontem, comentava-se que, independentemente da troca do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em setembro, quem está na berlinda hoje continuará. Seja em Brasília, seja em Curitiba, a Lava-Jato e todos os seus desdobramentos já têm elementos suficientes para seguir seu rumo sem medo de substituições.
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Em tempo: No Palácio do Planalto, essa sensação também existe. Porém, ali, trabalha-se hoje e “trabalhar-se-á” na linha de que é preciso baixar a poeira e buscar uma convivência pacífica entre os Poderes incluindo aí o Ministério Público. O discurso encaixa exatamente com o que tem é defendido pelos procuradores Raquel Dodge e Eitel Santiago, ambos no páreo para substituir Janot. Um dos dois, avisam os mais ligados ao presidente, terá a preferência.
A ordem dos fatores
Deputados já traçaram o fim do semestre: se o procurador-geral Rodrigo Janot oferecer denúncia contra o presidente Michel Temer nos próximos dias, conforme previsto por procuradores, a tendência é votar logo esse tema e deixar o segundo semestre para as reformas. Se Janot oferecer denúncia apenas em julho, a Casa cancelará o recesso para analisar o pedido do procurador.
Vai caducar
Sabe aquela medida provisória que acabava com a desoneração de setores da economia? Pois é. Os congressistas vão deixar o texto perder a validade. Não é hora de mexer com isso. Pelo menos, enquanto estiver nessa batida mista, de crise política e econômica.
Se Fachin quer…
…Não serão os seus colegas de STF que vão tirá-lo da relatoria do caso JBS. A delação também será mantida, porém, ressalvas virão. O STF vai deixar muito claro que delator mentiroso deve ter o benefício revisto, conforme prevê a lei. E Joesley, dizem alguns, se não contar tudo o que sabe de todos e omitir informações, estará nesse caso. Até aqui, comentam advogados, o empresário tem poupado Lula e o PT.
Hélio José e o Planalto
As reclamações do senador Hélio José sobre ter sido “retaliado” com demissões de seus apadrinhados no governo não incomodaram os inquilinos do Planalto. Ali, todos os ministros concordam que é preciso estar ciente da dor e das delícias de ser governo. Desde a República Velha, é assim que a banda toca.
Aristides Junqueira/ Primeiro procurador da República depois da Constituição de 1988, Aristides Junqueira falou ao CB.Poder sobre a situação atual, o mar de delações premiadas e o desfile de confissões que ele já classificou de “pornografia moral”. Confira a íntegra em www.correiobraziliense.com.br.
Estão todos bem/ Os shoppings e lojas de departamento não têm reclamado. Seus CEOs têm dito que o pior da crise econômica já passou, porém é preciso ficar atento para não perder essa curva ascendente.
PSDB na espera/ Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não definir o destino do senador Aécio Neves, a tendência é o PSDB adiar a sua Comissão Executiva. Afinal, o senador, embora afastado da Presidência e do mandato, tem tido todo o apoio do partido para se defender das acusações. Aliás, não faltaram visitas de solidariedade ao longo dos últimos dias.
Fundo partidário na corda bamba/ Políticos de diversos partidos se movimentam para aumentar os recursos do fundo partidário. Pelo menos um está contra essa maré. Tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) um projeto do senador Cristovam Buarque (foto) para acabar com esse benefício. O parlamentar considera que “os partidos devem ser custeados por contribuições de seus filiados e simpatizantes, e não com recursos públicos”.
Um dos argumentos que o governo levanta ao longo do fim de semana para rebater a entrevista de Joesley Batista à revista Época é o caráter de vice decorativo que Michel Temer tinha durante todo o período do governo da presidente Dilma Rousseff e o papel de “regra três” do PMDB no governo do e-presidente Lula. Ou seja: quem tomava conta do país no período em que saíram todas as facilidades ao clã J&F era o PT e a dupla Lula/Dilma.
Outro ponto que os peemedebistas vão disseminar nos próximos dias é o desespero dos sócios da JBS Fri-Boi, que virou Do Chef. Joesley, com medo da extradição e da prisão, resolveu voltar para reforçar sua posição de “mocinho”.
Deixa quieto
Os peemedebistas vão tentar fazer com que os deputados do partido desistam de indicar o ministro da Cultura. A ideia é dar liberdade ao presidente Michel Temer para escolher um nome da área. Afinal, comentam alguns, esse setor não tem muitos votos na Câmara, mas faz um barulho danado.
Climão
A relação entre PSDB e PMDB já não era boa e vai piorar nos próximos dias por causa da nota do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. É que já tem gente na base de Temer atribuindo a nota a uma cortina de fumaça para que os tucanos escondam seus próprios problemas.
Questão de ângulo I
Peemedebistas veem a nota de Fernando Henrique como uma forma de desviar a atenção justamente às vésperas de a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal julgar o pedido de prisão do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), uma vez que o ministro Marco Aurélio negou o envio para o pleno.
Questão de ângulo II
Os tucanos, em especial, os de São Paulo, viram de outra maneira: não dá para o partido cair no precipício junto com o PMDB, ainda que, para isso, tenha que entregar algumas cabeças da própria legenda.
Aposta da semana
Enquanto as investigações e os processos seguem seu curso e os congressistas do Nordeste marcam presença nas festas juninas, aqueles que ficam por Brasília vão jogar suas fichas na reforma política. Cláusula de desempenho é a prioridade. É uma tentativa de reduzir o número de partidos.
CURTIDAS
Comandante Rodrigo I/ Esta semana de Michel Temer na Rússia e o deputado Rodrigo Maia no comando do país é vista por setores da base aliada como um teste para o presidente da Câmara na gestão da crise. O PMDB, por exemplo, quer saber até que ponto irá a fidelidade dele a Michel Temer.
Comandante Rodrigo II/ Aqueles que comparam a validade do governo Temer à de um iogurte, querem saber se Rodrigo Maia terá fleuma e jogo de cintura para levar o país num cenário de PMDB em frangalhos, PSDB baleado por causa de Aécio Neves, e PT, visto como a origem de muitos problemas, com faca nos dentes. É confusão para mais de metro.
Perdem o amigo, mas…/ Os tucanos ainda encontram motivos para rir em meio a tantos problemas. Dia desses, um gaiato do partido comentava: “Ainda bem que o Alexandre Moraes se desfiliou do PSDB. Em qual cabeça ele se enquadraria?
… nunca a piada/ Quem pergunta aos políticos mais experientes do PMDB quem sobrará para 2018, sem ter nem um pequeno deslize a explicar, eles respondem: “Talvez aquele de 20 e poucos anos que acabou de formar e entrar no partido”. É, pois é.
Todas essas ações ocorrem em paralelo ao jogo previsto para hoje, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, onde um grupo aliado ao Planalto forçará a convocação do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo, para prestar esclarecimentos. Há quem diga que, se essa atitude for feita de forma atabalhoada e para constranger um ministro da Suprema Corte, o efeito sobre o presidente Michel Temer será inverso. Ou seja, em vez de ajudar, vai atrapalhar. Afinal, tudo o que o país não precisa, nesse momento, é de um confronto entre os Poderes personalizado nas figuras de Fachin e Temer. Bem dizia o ex-vice-presidente Marco Maciel: “Não vamos fulanizar”.Esqueceram dele
Entre aliados do presidente Michel Temer é recorrente comentários do tipo: Rodrigo Janot se esqueceu do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, e justamente depois que o peemedebista virou uma espécie de líder da oposição. Na Procuradoria, entretanto, amigos de Janot avisam que qualquer semelhança é mera coincidência.
TSE & economia
Enquanto o presidente Michel Temer não demonstrar capacidade de levar as reformas adiante, o dólar continuará em viés de alta, conforme previsão de analistas de mercado.
Fator jurídico
O governo bem que gostaria de liquidar o julgamento do TSE esta semana. Porém, juridicamente, todos no Planalto apostam em mais num pedido de vista hoje. Aliás, o que mais preocupa o governo no cenário atual não é nem o tribunal e, sim, Rodrigo Rocha Loures, réu confesso na propina de R$ 500 mil.
Fator político
O PSDB vem sendo acompanhado com uma lupa pelo governo. E, se os tucanos saírem, restará a Temer buscar os mesmos que ajudaram o PT a compor maioria, PR, PTB e PP. O fim dessa história todo mundo já sabe.
Dia dos Namorados..?/ Os deputados tomaram um susto ao ver que o plenário terá uma sessão solene em 9 de junho para marcar o “Dia do Coração Aquecido”. Acharam que o presidente Rodrigo Maia havia enlouquecido ao permitir uma sessão para comemorar o 12 de junho.
É religião/ Quem é metodista sabe: trata-se de comemorar o dia em que o fundador da igreja metodista, John Wesley, sentiu o coração esquentar ao ouvir um comentário de Lutero sobre a epístola dos romanos. Os funcionários de alguns políticos brincavam ontem que só falta agora uma sessão solene para comemorar o Natal. O difícil é as excelências ficarem por aqui no período natalino.
Reportagens & história/ O jornalista Magno Martins lança amanhã seu sexto livro, Histórias de repórter, com os bastidores do que viveu no jornalismo desde 1983. São 103 histórias, inclusive algumas no tempo do jornalista Mario Eugênio, com quem Magno trabalhou no Correio Braziliense. Magno autografa a obra a partir das 19h, no bar Boteco, na 406 Sul.
Depois da Carla Amorim…/ A estilista Luísa Farani (foto), de Brasília, ultrapassou o “quadradinho”, como muitos carinhosamente chamam o DF. Dia desses, dona Rosângela, mulher do juiz Sérgio Moro, apareceu com uma de suas criações.
O grupo J&F pode ter recebido o que os médicos costumam chamar de “visita da saúde”, com o vantajoso acordo de leniência que ajudou a subir a cotação das ações de empresas do grupo na Bolsa de Valores. É que procuradores afirmam já ter elementos para dizer que a companhia terá que responder por informação privilegiada por ganhos obtidos quando do vazamento da gravação da conversa de Joesley Batista com o presidente Michel temer.
Só tem um probleminha: a dupla Joesley e Wesley sempre poderá dizer que “não sabia de nada” a respeito da aplicação no mercado de câmbio, mas a empresa terá que responder. Ou seja, os problemas da JBS estão longe de terminar com a delação.
E o Palocci, hein?
O pedido de prisão domiciliar para o ex-ministro Antonio Palocci, justamente, às vésperas do Congresso do PT foi lido por setores do partido como um recado do tipo, “me aguardem”.
Temer respira…
A avaliação dos políticos é a de que a situação política do presidente Michel Temer é muito melhor hoje do que ontem. A cada dia a sua aflição.
… apesar dos pesares
A coluna quis saber dos ministros e líderes aliados do presidente qual o maior imponderável que Temer precisa enfrentar hoje para atravessar esse período. A maioria não tem dúvidas. É o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, filmado carregando uma mala com
R$ 500 mil.
Distritão
Enquanto a Comissão de Constituição e Justiça do Senado faz andar a eleição direta em caso de vacância da presidência da República, a Câmara realiza consultas sobre a reforma política. Começa a se formar um consenso entre os deputados de que a melhor saída para eles hoje é o distritão (onde os mais votados são eleitos). É mais fácil de o eleitor entender e, para completar, há quem jure que ajudará muitos congressistas hoje, por causa dos votos do interior.
Aposta
Representantes de peso do mercado financeiro apostavam ontem à tarde na queda de um ponto percentual nos juros. E por um motivo muito simples: 0,75 e 1,25 são patamares que podem requerer algum tipo de explicação. Um ponto ficava no meio termo. Bingo!
Ele não perde o humor/ Se tem algo que caracteriza o líder do governo no Senado, Romero Jucá (foto), é a capacidade de rir de si mesmo. Ele se referiu assim a quem perguntava a ele sobre eleição direta já: “É para derrubar o próximo. Se vier um doidinho, com um vice doido, já teremos a eleição direta. O Michel, obviamente, vai terminar o mandato”, afirmou Romero.
Por falar em Jucá…/ Numa rápida conversa no Planalto, Jucá tinha acabado de dizer a um grupo de jornalistas que não mexia “com essa história de cargo”. Eis que um homem se aproxima e vai logo agradecendo: “Senador, obrigado, viu? Aquelas pessoas que o senhor indicou já estão trabalhando”.
E em diretas…/ O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) não titubeou ao explicar por que a CCJ aprovou a eleição direta em caso de vacância da Presidência da República: “Sabe como é, às vezes a Casa vota por pressão popular. Eu defendi eleição indireta, que é a que está na Constituição”.
Enquanto isso, no Planalto…/ Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) preferiram ficar distantes da solenidade de posse do ministro Torquato Jardim. Não é momento de desfilar nos salões palacianos.
Olho vivo/ Deputados enroscados em processos da Lava-Jato acompanharam, da sala de café do plenário, os votos dos ministros sobre a restrição do foro privilegiado. É a preocupação da maioria no momento.
Se tem alguém torcendo para o presidente Michel Temer não cair em função do encontro com Joesley Batista, esse alguém é Eduardo Cunha. É que, se Temer sucumbir, Cunha perde seu único “produto” numa delação premiada. Para conseguir levar o Ministério Público a aceitar os termos de uma possível delação, Cunha precisa ainda de Michel Temer inteiro e, a partir daí, tentar montar o enredo capaz de fazer com que o Ministério Público aceite um acordo. E se Michel cair antes de Cunha delatar, o ex-presidente da Câmara corre o risco de ficar indefinidamente na prisão.
O imponderável que mais preocupa
Em conversas reservadas, aliados do presidente Michel Temer têm dito que Rodrigo Rocha Loures não tem sangue frio para segurar nem barulho de sirene, quanto mais condução coercitiva ou coisa que o valha. Há quem diga que ele está a um passo da delação premiada.
O trunfo de Rodrigo Maia
Uma candidatura de Rodrigo Maia a presidente da República é vista hoje como a mais viável por um simples motivo: põe na roda a Presidência da Câmara, um cargo capaz de atrair muitos apoios. Para se opor a isso, só Geraldo Alckmin, que pode colocar a disputa ao governo de São Paulo, em 2018. Obviamente, para Alckmin empreender algum jogo nesse sentido precisa combinar com o vice, Márcio França, e com o PSDB paulista.
O que move os tucanos
O PSDB tem avaliado em suas conversas mais reservadas que a permanência do presidente Michel Temer enfraquecido não interessa ao partido. E o motivo é simples: Temer desgastado tira do PSDB a chance de se fortalecer para concorrer à Presidência da República em 2018. Por isso, a data-limite para o partido é o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral.
Dois movimentos
Além da tentativa de retomar a votação das reformas, em especial, a trabalhista no Senado, o governo tem duas outras ações importantes no Congresso para a semana que vem: a contestação da delação superpremiada da J&F e, ainda, quem ganhou dinheiro com a alta do dólar.
Estão todos de olho
A saída de Maria Sílvia Bastos Martins do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi vista como um indício de que o governo está prestes a abrir os cofres da instituição a empresas dispostas a apoiar a sua permanência no cargo.
O sonho de Michel/ Antes de a gravação de Joesley Batista jogar o presidente Michel Temer à beira do abismo, o peemedebista havia feito a seguinte pergunta a um tucano de quem é muito próximo: “Como faço para atrair o PSDB?” A meta era uma possível candidatura em 2018.
O vice da hora/ Aldo Rebelo vem sendo citado em todas as rodas como o vice dos sonhos de qualquer um numa eleição indireta. Até mesmo de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
A desconfiança é geral/ Renan Calheiros está de um jeito que os aliados de Michel Temer no PMDB estão desconfiados de que ele e Lula estão trabalhando em parceria. Renan “on-line” atirando contra o governo, e Lula “offline”, jogando nos bastidores para Temer ficar, ainda que enfraquecido, para que o PT tenha algum sucesso em 2018.
Meu garoto!/ Em meio à tensão sobre o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um dos ministros da Corte teve uma boa notícia: Admar Gonzaga soube essa semana que seu filho, Henry Zaga, será o Mancha Solar no longa do X-Men que estreia em 2018. O ator brasiliense vai contracenar com Maisie Williams (foto), a Arya Stark, de Game of Thrones.
Enquanto alguns discutem nomes alternativos para uma saída do presidente Michel Temer, seus fiéis escudeiros estão em campo e em contato direto com empresários com a seguinte mensagem: sem Michel Temer não há quem junte todos os partidos da situação em prol das reformas que o mercado requer para dar estabilidade e segurança jurídica aos investidores. Nessa linha, que ninguém se surpreenda se o PMDB começar a colocar defeito em todos os atores escalados para o papel de sucessor de Temer. Afinal, se funcionar, é mais um fôlego. Pelo menos, até o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O julgamento começa daqui a 11 dias, sem data para terminar. E, conforme publicou a coluna em 19 de maio, ministros do TSE que estavam fechados com Temer viram na crise a justificativa para pensar em mudar o voto.
Os imponderáveis…
Quem acompanha a política e a tentativa de preservar o presidente Michel Temer no cargo monitora os movimentos do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures e os do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em Curitiba.
…E um alvo
Alguns dizem que tanto Cunha quanto Rocha Loures têm hoje mais potencial explosivo do que o próprio Tribunal Superior Eleitoral. É que, se decidirem falar, não terão outra saída, que não seja atirar sobre Michel Temer.
Enquanto isso, no PT…
Em conversas pra lá de reservadas já tem gente aliada ao PT dizendo que o melhor para o partido é Michel Temer ficar sangrando até 2018. Assim, a legenda mantém o diálogo direto com os movimentos sociais e tem tempo de sedimentar Lula e, se brincar, um plano B para a hipótese de o ex-presidente não ter chances de concorrer.
Nem reformas
nem fora Temer
O que mobilizou realmente os sindicalistas a lotarem a manifestação de quarta-feira foi o fim do imposto sindical, que hoje faz a alegria de todos os sindicatos.
O cara é ele
Nem tucano nem peemedebista nem jurista. Se Michel Temer for apeado do poder, o nome preferido dos deputados é o do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Espião I/ Um deputado aliado do presidente Michel Temer que pedala diariamente nas ruas de Brasília passou cedinho na quarta-feira pelo acampamento dos sindicatos no estacionamento do Mané Garrincha. Ficou impressionado com a estrutura da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST).
Espião II/ O parlamentar ciclista fez questão de percorrer toda a área e fez um ranking das centrais, em termos de estrutura: a NCST em primeiro disparado. Depois, vem a CUT. Por último, a Força Sindical.
Elas & ela/ A absolvição de Cláudia Cruz (foto) foi vista com esperança por esposas de outros políticos enrolados. Daqui a pouco, diziam ontem os adversários do PT, a única culpada será Marisa Letícia, que não tem mais como se defender.
Impossível agradar a todos/ Houve muita reclamação sobre as tropas nas ruas. Porém, um cidadão que assistia ao noticiário na tevê de uma lanchonete reagiu assim quando ouviu que o presidente Michel Temer havia retirado o decreto que colocava as Forças Armadas nas ruas: “Ô homem frouxo!”.