Tragédia no RS trava licenciamento ambiental de projetos

Publicado em Bolsa Família

Por Denise Rothenburg — Diante da tragédia do Rio Grande do Sul, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que precisa licenciar projetos nas mais variadas áreas do país, pensa três vezes antes de dar sinal verde. Hoje, são quase 2 milhões de processos. Só da Vale, há investimentos da ordem de mais de R$ 300 bilhões em 77 projetos que aguardam alguma definição. Os ambientalistas estão alarmados e pisaram ainda mais no freio. A máxima de hoje entre as autoridades do meio ambiente é “muita calma nessa hora”.

Nem pensar

Numa reunião ministerial não muito distante, um participante chegou a mencionar, de passagem, que os povos indígenas poderiam ser autorizados a liberar projetos de mineração em suas terras, tal como fazem hoje os canadenses, de forma a legalizar parte do que existe clandestinamente. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) rechaçou a proposta. Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, ficou com os olhos marejados e mal conseguia falar.

O drama do agro

Paralelamente ao resgate e atendimento à população afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, quem produz alimentos e está pronto para colher não consegue fazê-lo. Faltam tratores e estradas para retirar e transportar a produção. Na área central do estado, produtores do pequeno município de São Sepé, por exemplo, telefonaram para os parlamentares da Frente Parlamentar do Agro (FPA) pedindo ajuda.

A próxima crise gaúcha

O Ministério da Saúde que se prepare, porque a cobrança de atendimento à população do Rio Grande do Sul afetada pelas chuvas será tão intensa quanto foi no período da pandemia de covid-19. Quanto mais a água demorar a baixar, mas vai aumentar a crise sanitária.

A união mais difícil

Nem o lançamento das unidades do Minha Casa Minha Vida foi capaz de colocar o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Câmara, Arthur Lira, no mesmo palanque, ao lado de Lula, em Maceió. E o senador Renan Filho só compareceu porque é ministro dos Transportes e estava ali como parte do time do governo federal.

Até aqui…

Aparentemente, está tudo bem entre Lula e Lira. O próximo grande foco de tensão no curto prazo é a distribuição de recursos das emendas de comissão, que foram
liberados com a derrubada do veto esta semana.

Sandro Avelar no PSDB/ O presidente do PSDB, Marconi Perillo, planeja entregar a presidência do partido no Distrito Federal ao secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar (foto). Desde que o senador Izalci Lucas foi para o PL, o ninho tucano é visto no plano nacional como um espaço vazio, algo que, em política, não costuma durar
muito tempo.

A nova onda de Lula/ Prefeitos de oposição ao governo federal que se preparem: o presidente, a partir de agora, está disposto a expor aqueles que faltarem a inaugurações. Ontem, por exemplo, citou o prefeito de Teixeira de Freitas, na Bahia, ausente à solenidade de entrega de um hospital na cidade. Lula disse que o prefeito deveria ter vergonha de não comparecer para agradecer a obra no município.

O debate dos 300/ O Lide Brazil Investment Forum, em Nova York, na semana que vem, reunirá algo em torno de 300 empresários, que irão debater as oportunidades de
negócios no país.

 

Bolsonaro cria teste para o Centrão ao acusar Maia

Publicado em Bolsa Família

O presidente Jair Bolsonaro corre o risco de ter colocado o deputado Arthur Lira (PP-AL) na maior dificuldade a que esteve exposto, desde que se lançou candidato a presidente da Câmara com o aval do governo. Tudo começou quando o presidente Jair Bolsonaro, em sua live semanal, nessa quinta-feira, acusou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de deixar cair a medida provisória do 13º do Bolsa Família. “Esse problema acaba amanhã”, reagiu Rodrigo há pouco em pronunciamento na Câmara, reforçando o que havia dito hoje mais cedo, ao pautar para esta sexta-feira a prorrogação do auxílio emergencial, incluindo no texto uma emenda para garantir o 13 do Bolsa Família.

O que o presidente omitiu em sua live foi o fato de a Medida Provisória do 13º do Bolsa Família permanente perdeu a validade a pedido do próprio governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a dar declarações hoje com apelos para que esse 13 não seja aprovado. Agora, caberá ao governo colocar a sua base, leia-se o Centrão, para derrotar essas propostas. Se não houver um acordo, que retire a proposta de pauta, este será o primeiro grande teste de Arthur Lira no comando da base governista, confusa enter o que disse Bolsonaro e o que pediu o ministro da Economia.

Afinal, se o presidente da Republica, disse que, por ele, esse décimo-terceiro seria pago, mas não o foi por culpa de Rodrigo Maia, o presidente da Câmara agora põe em pauta e o governo que se organize para resolver esse imbroglio. Os bastidores estão fervendo. E essa temperatura não vai baixar tão cedo.