Uma das guerras do PSDB teve a primeira batalha encerrada há pouco, numa reunião entre o presidente do partido, Tasso Jereissati, o líder na Câmara, Ricardo Tripoli, e o relator da denúncia do contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). “Oferecemos várias alternativas a ele. Ele afirmou que não deixaria a relatoria e deixamos claro que, diante da falta de consenso sobre o tema no partido, a relatoria na vaga do PSDB não ficaria adequado”, disse Tasso ao blog. Diante do impasse, chegou-se a uma solução que Tasso considerou pacificadora: Andrada continua na relatoria, porém, na vaga de outro partido. Será o PSC, mesmo partido do líder do governo, André Moura (SE).
Na reunião, Bonifácio de Andrada repetiu o que já havia dito desde o início da semana, que tinha compromisso com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça e que sua escolha para relatar a denúncia estava diretamente relacionada à sua capacidade jurídica. Não mencionou, entretanto, o que já havia dito aos tucanos há alguns dias. Que o presidente Michel Temer tinha telefonado sugerindo que, se ele fosse relator, o processo estaria nas mãos de um jurista. A conversa por telefone e um encontro entre Temer e o relator foram lidos por vários tucanos como um convite de Temer a Bonifácio para relatar o pedido.
O desfecho dessa batalha em torno da relatoria não resolve o problema do PSDB. Os tucanos que pregaram a saída de Bonifácio para não ver a sigla partidária estampada quando o relator fosse abordado. Porém, tecnicamente, o parlamentar continuará citado como o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Embora, ocupe uma vaga do PSC, Bonifácio não deixou de ser tucano. Caberá agora esperar a nova reação dos cabeças pretas, que não ficaram muito contentes em ver que o relator, embora assuma a vaga de outro partido continuará respondendo como um deputado do PSDB. OU seja, a guerra continua e outras batalhas virão.