WASHINGTON,DC – O presidente Jair Bolsonaro dará a palavra final sobre o texto da Previdência dos militares assim que desembarcar no Brasil, na próxima quarta-feira, a fim de enviar ao Congresso ainda no mesmo dia. A demora para o envio é o fato de a proposta não ser apenas a Previdência pura e simples e sim uma reestruturação da carreira, na qual vão entrar a questão dos soldos que se encontram defasados. Hoje, um general próximo de chegar à reserva, ganha praticamente a mesma coisa que um jovem em início de carreira em áreas estratégicas e o governo pretende ajustar isso. A decisão final será do presidente, que já reiterou aos técnicos que trabalham no projeto que essa reestruturação não pode desequilibrar as Forças Armadas, Marinha, Exército e Aeronáutica.
A área econômica deu os parâmetros para essa discussão, em termos das contas públicas, da mesma forma que o fez sobre a economia necessária à reforma da Previdência civil. O que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem dito é que não abre mão da receita de R$ 1 trilhão com a reforma previdenciária. Ele tem dito reiteradamente que é o valor necessário para garantir a sustentabilidade do antigo sistema. “É como um foguete: Para sair do chão e vencer a gravidade precisa de um motor mais potente. Depois, nem tanto. Precisamos desse motor para a transição”, disse o ministro.
Sobre os pontos que o Congresso tem apresentado mais resistência, as mudanças nas aposentadorias rurais e Benefício de Prestação Continuada (BPC), ele responde novamente com a questão da necessidade de arrecadação com as mudanças: “Se fizer menos que R$ 1 trilhão, o nosso compromisso é relativo e não estamos tão dispostos assim, o que é lamentável. Ai vem a segunda questão. Já que você gosta muito de seus filhos, façam sacrifícios contemporâneos, e entra todo mundo. Por isso que os militares tem que entrar. E as mulheres, que baixar a idade de aposentadoria de 62 a 60, tem que compensar”, afirmou. “Se você fizer uma potência de R$ 1 trilhão para cima, está dizendo: Nós temos compromissos com as futuras gerações. Estamos libertando as futuras gerações dessa armadilha que caímos, baixo crescimento, previdência falida. Há desemprego em massa. 46 milhões de brasileiros não têm carteira assinada. (Sem reformas) essas pessoas vão envelhecer e quebrar a Previdência”, alerta Paulo Guedes.
Em relação às aposentadorias, o ministro reiterou que é possível cortar apenas combatendo as fraudes. O governo já detectou que há 6,5 milhões de idosos vivendo no campo e 9 milhões de beneficiários. Mas não entrou em detalhes sobre a negociação dos congressistas a respeito da reforma. Afinal, o jogo está apenas começando.