O presidente Jair Bolsonaro já avisou a alguns ministros que aqueles que forem candidatos sairão em 30 de março. Ele não quer que ninguém antecipe essa saída. Assim, terá prazo para organizar o time que ficará no Poder Executivo ao longo da campanha eleitoral. Em alguns casos, não está descartado o “atendimento” a integrantes da base aliada para que o PL e Bolsonaro possam resolver o imbróglio dos palanques estaduais.
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No Rio Grande do Sul, por exemplo, os bolsonaristas têm dois candidatos a governador: O senador Luís Carlos Heinze (PP) e o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, que deve seguir para o PL. A ideia em análise é fazer de Heinze o novo ministro da Agricultura, uma vez que ele tem mais quatro anos de mandato. Assim, Onyx Lorenzoni vira candidato único do presidente Bolsonaro no Estado. Falta combinar com a ministra Tereza Cristina, que deixará o cargo para concorrer ao Senado em Mato Grosso do Sul e com o próprio Heinze. Porém, por ser fiel escudeiro do presidente na CPI, Heinze não recusará o cargo se essa equação for fechada.
O isolamento de Geraldo
Quanto mais Lula demora para dar um “sim” à chapa presidencial com ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin na vice, mais o ex-tucano se desgasta e perde força para arrastar mais aliados ao projeto de unir um pedaço do PSDB ao petismo.
Com esse discurso, não dá
A ideia de Lula, de reverter a reforma trabalhista e a outras medidas mais liberais adotadas desde que o PT deixou o governo, em 2016, também reduz esse apoio do centro ao petista e afasta ainda mais aqueles que poderiam apoiá-lo junto com Alckmin.
Sem turma e nem projeto
Quem acompanha a vida do ex-governador paulista de perto acredita que o ex-tucano está a cada dia mais refém das decisões de Lula e do PT. E, para completar, não tem um partido que vá brigar pela sua posição junto aos petistas, nem no sentido de pregar um projeto mais liberal, nem pela parceria com o ex-presidente.
Olho vivo
Coordenador da Frente Parlamentar de Energias Renováveis, o deputado Danilo Forte (PSDB-CE) anuncia que vem aí uma comissão especial para acompanhar os leilões de energia. É que, da última vez, sete térmicas a óleo participaram e levaram parte dos lotes oferecidos para fornecimento de energia. “Essas térmicas foram desativadas na Europa, nos Estados Unidos e agora vêm para cá. Elas são o oposto dos compromissos assumidos na Cop26”, diz o deputado.
CURTIDAS
Nordeste, o desafio/ As andanças do ex-juiz Sérgio Moro pelo Nordeste fizeram acender o sinal de alerta dos bolsonaristas na região. Vem por aí um movimento para que o presidente Jair Bolsonaro escolha um candidato a vice-presidente nordestino.
Melhor de dois/ Estão nesse rol de opções, pelo menos, dois ministros, Fábio Faria e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional. Ambos são do Rio Grande Norte e candidatos. Se escolher um para vice, Bolsonaro ainda resolve a briga entre os dois pela vaga ao Senado.
E o Ciro, hein?/ Já tem gente até colocando o ministro a Casa Civil, Ciro Nogueira, na lista de possíveis candidatos a vice. Assim, Bolsonaro amarraria de vez o PP ao seu projeto de reeleição.
Tá explicado/ Nesse início de ano, no quesito vacinas e outros, o presidente Jair Bolsonaro tem ouvido muito mais os radicais do que os mais centrados do governo. Quando abrir os ouvidos aos mais centrados, a aposta é a de que tudo pode melhorar.