O presidente Michel Temer não definiu onde pretende passar as festas de fim de ano, mas sabe que fará um rearranjo no Ministério. As mudanças serão pontuais, porém, importantes e virão também para, além de ajudar a melhorar a gestão, dar um viés de “alta” para personagens discretos, alvos da vingança de terceiros atolados em escândalos. No topo dessa lista de proteção está o ex-governador do Rio e ex deputado Wellington Moreira Franco, alvo preferido do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha em todas as conversas que o ex-deputado manteve pouco antes de ser recolhido à carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Cunha e Moreira nunca foram muito próximos. Moreira é responsável pelo plano de parcerias público-privadas do governo, mais conhecido como projeto Crescer. O programa é estratégico dentro da concepção do governo e considerado muito bem concebido, daí o fato de ter se tornado uma das melhores apostas do presidente. Que ninguém se surpreenda se Moreira, logo ali na frente, virar ministro do Planejamento. De lá, poderá levar o Crescer adiante com uma proteção a mais cotra os ataques de Eduardo Cunha.
Tucanos em litígio
As conversas entre José Serra e Aécio Neves resultaram numa discreta consulta ao partido no sentido de postergar a escolha do futuro presidente da legenda em um ano, ou seja, eleger o novo comando apenas em maio de 2018. Se a ideia vingar, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ficará praticamente de mãos atadas para tentar se colocar melhor na cúpula partidária e, dali, construir sua candidatura presidencial.
Ou uma coisa ou outra I
Aliados do presidente Michel Temer insistem na premissa de o governo buscar um Orçamento verdade para o ano que vem, isto é, sem receitas fictícias criadas pelo Congresso apenas para acomodar as emendas dos parlamentares __ de execução obrigatória. Isso significa que, se o governo optar por liberar todas as emendas de deputados e senadores, terá que tirar de outros projetos.
Ou uma coisa ou outra II
Para garantir uma receita extra, veio às tona uma proposta de incluir o dinheiro do que pode entrar com mudanças na Lei de Repatriação. Só tem um probleminha: como não se sabe quanto vem, a citação de um valor seria chute e aí o Congresso cairá novamente na velha formula de projetar receita que não se confirma.
Por falar em repatriação…
Os movimentos de quem dinheiro lá fora e optou pela repatriação indicam que o nome da lei está errado. Na verdade, a maioria dos “repatriadores” pagou apenas os impostos, mas manteve os recursos lá fora, ou seja, não veio capital para ser investido aqui.
…Virou Lei da Mobilidade
Porém, isso não representa o fim do mundo, uma vez que há muitos desses recursos investidos em títulos do Brasil. “Os bancos internacionais fazem o perfil do depositante e traçam uma carteira de investimentos relacionada ao país dele”, explica o advogado Gil Vicente Gama, especialista no assunto.
CURTIDAS
Santa Claus/ Acostumadas a passar o Natal ou Ano Novo no exterior, algumas esposas dos detentos da carceragem da PF em Curitiba cogitaram fazer uma festa para os maridos presos. Foram desestimuladas. Não ia ficar bem chegar lá com garrafas de Château Petrus, Romanée-Conti ou, ainda, um Richebourg, considerado o vinho mais caro do mundo.
Vida de governo/ O ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, e um assessor apostam corrida do emagrecimento, para ver quem chega primeiro aos 90 quilos. O ministro levou a sério e passou a frequentar uma academia da cidade todos os dias pela manhã. O difícil é conseguir fazer a série de exercícios. O telefone não para.
Wikipedia/ Cresceu no governo e no Congresso a busca por perfis e informações a respeito do ministro do Tribunal Superior Eleitoral Herman Benjamin, relator do processo que pode resultar na cassação da chapa presidencial Dilma-Temer. Indicado por Lula, é considerado discreto e técnico.
Todo mundo em pânico/ A presença do procurador Deltan Dallagnol neste fim de semana em Brasília deixou os politicos de cabelo em pé. Quem acompanha o passo a passo da Lava Jato garante que esta semana de feriado promete.