Senador Roberto Rocha (PSDB-MA) pede CPI do “Orçamento Secreto”

Publicado em Orçamento

O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) apresentou um pedido para instalação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a fim de investigar as denúncias de uso de um orçamento paralelo em troca de apoios no Congresso. Agora, virá a coleta de assinaturas. Senadores foram surpreendidos pelo anúncio feito por Rocha em seus redes sociais, uma vez que o maranhense é aliado do presidente Jair Bolsonaro. Há quem diga, entretanto, que o requerimento da investigação foi a forma que Rocha encontrou de se antecipar à oposição mais ferrenha.

Se essa nova CPI emplacar, Bolsonaro dobrará o grau de instabilidade no Senado, casa em que não tem maioria sólida. O jeito, avisam alguns, será correr para evitar um novo G-7 que leva tudo contra o governo na CPI da Covid-19.

Barra Torres enfrentará problemas dentro do governo

Publicado em CPI da Covid

O presidente Jair Bolsonaro não tem poderes para demitir o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, ainda que esteja irritado com as declarações dele hoje à CPI da Pandemia. Afinal, Barra Torres tem mandato, sem possibilidade de demissão no meio do caminho. Essa condição foi vista como crucial para que ele pudesse falar claramente a respeito da cloroquina, do uso de mascaras e do distanciamento social e ser muito franco no que se refere ao comportamento do presidente Jair Bolsonaro. isso não quer dizer que não haverá problemas para Barra Torres.

Quem costuma acompanhar o entra-e-sai nas agências reguladoras, lembra da história recente do diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Weber Ciloni, que deixou o cargo há menos de um mês. Ciloni era indicado do grupo do presidente do MDB, Baleia Rossi, e saiu por decisão de “foro íntimo”. Porém, quem acompanha os bastidores garante que a pressão estava grande para que ele se afastasse

A política turva a reforma tributária

Publicado em coluna Brasília-DF

A decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), de fatiar a relatoria da reforma tributária, e não apenas o texto, é vista como um termômetro de que a relação entre Lira e o atual relator, Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB), azedou de vez e quem vai pagar a conta é a própria reforma. Aliados de Lira têm dito que esse sistema de vários relatores levará à aprovação apenas de um naco do texto, como a simples junção da PIS/Cofins, o que não pode ser definido como “reforma tributária”, e sim uma enganação para lubridiar os desavisados.

No mesmo rumo seguirão as privatizações. Dificilmente o Congresso aprovará, porque a oposição é contra e ainda há um grupo ligado ao presidente Jair Bolsonaro que não deseja privatizar setores estratégicos, como petróleo e energia.

Mais uma semana de “goleada”

O depoimento do ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten é o mais esperado desta semana na CPI da Pandemia. É dali que um grupo da comissão de inquérito pretende confirmar a tese de que houve o oferecimento de vacinas e que o governo é que não quis comprar. Também será perguntado sobre a propaganda “O Brasil não pode parar”, de março do ano passado, contra o distanciamento social.

Nem tanto
Se for por esse caminho, Wajngarten corre o risco de deixar a CPI acusado pelo governo de usar o cargo para fazer lobby, uma vez que essa ponte entre governo e Ministério da Saúde não era sua função. Tinha muita gente, na área da saúde, que poderia ter sido procurada pelos laboratórios, ainda mais um grande como a Pfizer.

Nem tão cedo
Os governistas começam a ficar incomodados com a perspectiva de demora da convocação de governadores para prestar esclarecimentos à CPI. Porém, enquanto não houver uma conclusão sobre as responsabilidades do governo federal, os governadores dificilmente serão chamados.

O “jeitinho” vai dar problema
Os recursos decorrentes das emendas de relator-geral — que receberam o apelido de “orçamento secreto” — foram a forma que o Poder Executivo e seus aliados no Congresso encontraram, ainda em 2018, para beneficiar os mais próximos ao governo, além das emendas individuais. Agora, com a reportagem publicada no último fim de semana, no jornal O Estado de S.Paulo, com suspeita de superfaturamento de tratores, tem tudo para virar uma nova CPI.

Só tem um porém
No passado, da mesma forma que, em 1992, usou-se o caso do então presidente Fernando Collor como justificativa para não abrir uma CPI do Orçamento, agora vai-se usar a CPI da Covid e a crise sanitária para não se fazer qualquer investigação.

Radiografia/ A gestão do Ministério da Economia vem sendo objeto de uma pesquisa entre formadores de opinião. Tem muita gente interessada em saber qual a avaliação do trabalho de Paulo Guedes.

Por falar em Paulo Guedes…/ Hoje (11/5), ele tem audiência virtual na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para falar a respeito da reforma administrativa. Com a tributária ainda incerta, é na administrativa que o governo está apostando as fichas.

Fica esperto/ O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o mau exemplo na roda de samba, empata o jogo com o governador do estado, Cláudio Castro, que, recentemente, deu uma festa. Paes já pediu desculpas, disse que errou, mas o estrago está feito. Agora, seus assessores estão atentos para evitar que algo desse tipo se repita. Afinal, errar uma vez é humano. Errar mais tem outro nome.

Turismo em debate/ Em sua primeira sessão, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, presidida pelo senador Fernando Collor (Pros-AL), colocou luz sobre os desafios para a retomada do setor no pós-pandemia. A conclusão foi a de que, sem vacinação, a crise se agrava. Até 28 de junho, a comissão se reunirá todas as segundas-feiras para discutir e propor soluções que ajudem a elevar a atividade turística no país. A TV Senado transmite as reuniões, a partir das 18h.

Bolsonaristas vão forçar convocação de governadores na CPI da Covid

Publicado em coluna Brasília-DF

A aprovação do pedido dos senadores governistas para convocar o governador do Amazonas, Wilson Lima, a prestar depoimento na CPI é vista como a porta aberta para levar outros comandantes estaduais à maratona de perguntas, inclusive o de São Paulo, João Doria; o do Rio de Janeiro, Cláudio Castro; o do Pará, Helder Barbalho; e até o do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. A ideia será tentar emplacar esses pedidos já na próxima semana, ou assim que chegarem documentos sobre os repasses de recursos para os estados.

A avaliação do governo é a de que o comando da CPI, leia-se seu presidente, senador Omar Aziz; o vice, Randolfe Rodrigues; e o relator, Renan Calheiros, não terão como recusar essas convocações, uma vez que são estados que tiveram denúncias de desvio de recursos. Ainda que alguns governadores já tenham afastado quem foi suspeito de má aplicação do dinheiro público, essa guerra vai se acirrar nos próximos dias. Até aqui, o governo está sob desgaste, e nada indica que vá virar esse jogo se não pressionar por colocar os governadores ali, em desfile.
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Em tempo: a frase do presidente Jair Bolsonaro, em sua live, a respeito do relator e do governador de Alagoas, Renan Filho — “Vamos investigar teu filho, que a gente resolve esse problema. Desvio mata, frase não mata” —, indica que essa batalha promete ser intensa e ainda deixou os senadores com a suspeita de que a Polícia Federal pode ser acionada para tentar emparedar o alagoano. Por enquanto, é só suspeita.

Dupla dinâmica

Toda a estratégia do governo para a CPI está nas mãos dos ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. A ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, está mais dedicada às reformas e à pauta da Câmara dos Deputados.

E Alagoas, hein?

A conversa entre Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Câmara, Arthur Lira, na casa da senadora Kátia Abreu (PDT-TO), está rendendo. Segundo aliados do governo, Bolsonaro está “com os dois pés atrás” em relação ao deputado alagoano que tem a chave da gaveta dos pedidos de impeachment. Confia que esses pedidos não serão levados adiante, mas não está
totalmente relaxado.

Cenário favorável

Na longa conversa que teve com o ex-presidente José Sarney, o ex-presidente Lula e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, passaram em revista as perspectivas de alianças nos estados. No Nordeste, avisam os petistas, está tudo dominado.

Deixemos para depois

O cenário do Maranhão, porém, ficou fora da conversa. Lá, o governador Flávio Dino (PCdoB) é adversário dos Sarney, e ninguém queria esfriar o café de tantos agradecimentos a Sarney pela lealdade com que sempre tratou Lula.

Estratégia de Pazuello/ O fato de cogitar ir à CPI e não falar nada será usado contra o próprio Pazuello. Tem muito observador atento dentro da comissão e do governo apostando que o ex-ministro será usado como bode expiatório — aliás, como esta coluna levantou há meses, quando foi feito o pedido de instalação da CPI.

Devagar e sempre/ O presidente Jair Bolsonaro não desistiu de criar o partido Aliança pelo Brasil. Até aqui, 100 mil fichas já foram homologadas, há 200 mil recolhidas e faltam 191 mil assinaturas.

Tal e qual o PSL/ Aliados do presidente já o aconselharam a seguir para um partido pequeno mesmo, tal e qual o Patriotas, ao qual Bolsonaro já disse a amigos que se filiaria, e a coluna registrou. Se Bolsonaro transformou o PSL num partido grande em 2018, poderá fazer o mesmo por outra legenda em 2022 até sair o Aliança pelo Brasil.

Sarney é uma festa/ Dia desses, chegou ao ex-presidente José Sarney (foto) um pedido inusitado: Gravar uma mensagem de aniversário para um jovem que terá como tema de sua festa… José Sarney. Isso mesmo, com direito a banner e tudo mais. André Kamada, de São Bernardo do Campo, é fã do ex-presidente e tem até quadros com a imagem de Sarney. Do alto de seus 91 anos, o ex-chefe do Executivo gravou um vídeo e enviou para o garoto, de 13 anos.

Por Lula, PT cederá em estados importantes

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Publicado em Política

Com todos os processos de volta à estaca zero, a maratona de conversas do ex-presidente Lula em Brasília foi com ares de candidato e já discutindo cenários e possíveis alianças nos estados. Quem esteve com ele _- e foram muitos dos mais diversos partidos __ saiu com o sentimento de que, embora ainda não tenha dito com todas as letras que irá concorrer, o ânimo do ex-presidente é idêntico ao de 2002, quando foi candidato e venceu a eleição. A prioridade, no momento, é trabalhar o “triângulo dos votos”, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Desses três, o Rio de Janeiro é o que está mais encaminhado. É praticamente certo que o PT apoiará Marcelo Freixo, do PSol, com Alessandro Molon (PSB) ao Senado. Mas Lula olha com carinho para Minas Gerais, onde fez acenos para o apoio ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), a grande aposta para concorrer ao governo estadual contra Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição. É a tentativa de atrair o PSD de Gilberto Kassab para uma aliança, porém, Kassab, já disse com todas as letras que seu partido lançará candidato.

Um estado no qual o PT terá dificuldades em ceder a cabeça de chapa é São Paulo. Ali, o trabalho será para fazer de Guilherme Boulos, do Psol, candidato a vice numa chapa encabeçada pelo ex-prefeito Fernando Haddad. Afinal, o PT paulista nunca abriu mão de São Paulo, barco do partido, e não planeja fazer isso agora. Afinal, o estado de maior PIB e uma jóia da coroa que todos almejam.

Quanto ao MDB, a expectativa dos petistas é a de que o partido vai se dividir em três. Um grupo __ do qual fazem parte os senadores Eduardo Gomes e Fernando Bezerra Coelho, hoje lideres do governo __ ficará com Jair Bolsonaro. Outro, formado por Jader Barbalho e Renan Calheiros, ficará com Lula. E tem um segmento, como o da senadora Simone Tebet (MS), que espera uma alternativa capaz de quebrar essa polarização entre o governo e o PT.

A nova ameaça de Bolsonaro

Publicado em ELEIÇÕES 2022

A fala de Jair Bolsonaro hoje em sua live a respeito do Proposta de Emenda Constitucional do voto impresso chamou atenção dos policias, não por causa das críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, dizer que ele “se acha o dono do mundo” e coisa e tal. O que deixou muitos políticos assustados foi o presidente da República dizer com todas as letras: “Se o parlamento brasileiro, por maioria qualificada, três quintos na Câmara e no Senado, aprovar o voto impresso, vai ter voto impresso em 2022 e ponto final. E não vou nem falar mais nada. Vai ter voto impresso, porque, se não tiver voto impresso é sinal de que não vai ter eleição”.

Muitos ficaram desconfiados de que o presidente deseja usar essa PEC, apresentada pela presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputada Bia Kicis (PSL-DF), para ameaçar mudança no calendário eleitoral, uma vez, que se for aprovada, necessitará de mais recursos e estrutura para er implementado, dado o volume de impressoras e de papel que exigirá. Quem entende das coisas no Congresso considera que essa ameaça de Bolsonaro tem tudo para levar essa PEC a ser analisada bem devagar. Afinal, embora seja justo a existência de um mecanismo que permita a recontagem dos votos, não é possível cancelar as eleições do ano que vem por causa disso, ainda que a PEC esteja aprovada, haja vista a necessidade de o país se estruturar para isso.

“Eu não vou mais atrás da China, se faltar vacina, Bolsonaro terá que ser afastado”

Publicado em Guerra das vacinas, Política

Em evidência desde ontem, quando lançou uma nota em que acusou o presidente Jair Bolsonaro de “grave doença mental” e pregou “a interdição civil” do capitão para “tratamento médico”, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China do Congresso Nacional, o deputado Fausto Pinato (PP-SP), volta à carga nesta amanhã para avisar que o país caminha para ter problemas com os chineses, seja na questão dos insumos para a produção de vacinas, quanto ao agronegócio. “os chineses são pragmáticos e já estão se voltando a investimentos “Quem dá o rumo é o presidente da República. Não vejo essa mudança (de comportamento dele) E, se não mudar, não tem solução. Se faltar vacina e insumo, Bolsonaro precisa ser afastado imediatamente.Não tem conversa”, afirma Pinato ao blog.

Pinato contou ao blog que, das outras vezes, quando Bolsonaro disse que não compraria a vacina chinesa, ou quando o deputado Eduardo Bolsonaro atacou a China nas redes sociais, Pinato fez a ponte com os chineses. No papel de presidente da Frente Parlamentar, instituição valorizada pelas autoridades chinesas, ele tentou explicar que era um fato isolado e não uma posição de governo. “Agora, não tenho mais cara para fazer esse papel. Bolsonaro já trocou dois, três ministros para melhorar essa relação e, agora, vai lá, ele mesmo, e faz insinuações de guerra química. Vai ser difícil renovar contratos no futuro, caso Bolsonaro não mude o discurso”, diz Pinato.

O deputado não vê mudança de comportamento do presidente no horizonte. Nesse sentido, ele vislumbra que não haverá solução.”Quem dá o rumo é o presidente da República. Não vejo essa mudança (de comportamento dele) E, se não mudar, não tem solução. Se faltar vacina e insumo, Bolsonaro precisa ser afastado imediatamente.Não tem conversa”, afirma.

Pinato não é apenas um deputado do interior de São Paulo. É um dos principais aliados do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). São amigos e parceiros, inclusive na convivência social em Brasília. Pinato foi ainda um dos coordenadores da campanha e hoje é citado nos bastidores como aquele que dá os recados incômodos do Centrão, uma vez que, as falas anteriores dos filhos de Bolsonaro contra a Chin terminaram por afastar o deputado da convivência com o presidente. Outros aliados do presidente recomendam que é bom não desprezar tudo o que Pinato diz.

Discurso de Bolsonaro visa colocar seus apoiadores nas ruas contra a CPI

Publicado em coluna Brasília-DF

A “pólvora” de Bolsonaro

A fala de Bolsonaro na solenidade da Semana das Comunicações, em que insinuou “guerra química” detonada pela China, embora não tenha citado o país diretamente, e ameaçou um decreto para derrubar as medidas restritivas tomadas para tentar evitar a proliferação do vírus, foi vista como uma forma de tentar intimidar a CPI da Covid. Porém, aliados do presidente garantem que a mensagem é uma resposta aos manifestantes que foram às ruas em defesa do governo e que pediam a abertura total das atividades no país. Mas, há dúvidas se o discurso ajuda a tirar um pouco o foco da comissão parlamentar de inquérito, onde o governo perdeu de lavada até o momento.

A ideia de Bolsonaro, de se manter fiel ao seu público mais radical e àqueles que pedem a abertura geral de todas as atividades, sem restrições, é no sentido de poder contar com o apoio de uma parcela da população, se o resultado da CPI for um parecer totalmente desfavorável e que o acuse de omissão na pandemia. Na comissão, a estratégia do governo ali ainda não conseguiu quebrar o G-7, grupo de oposição e independentes, e, pelo andar da carruagem, não conseguirá.

Cavalo de pau na diplomacia

Com o apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à quebra de patentes de vacinas contra a covid-19, diplomatas brasileiros radicados no exterior apostam que a posição do Brasil será seguir por esse mesmo caminho. Até aqui, o Itamaraty tinha se manifestado contra a medida.

“Fios desencapados”
Assim, aliados de Jair Bolsonaro se referem ao ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e ao ex-ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo. Nenhum dos dois leva desaforo para casa ou engole sapo calado. Há quem diga que eles, agora, precisarão de treinamento regado a suco de maracujá e chá de camomila, antes da audiência, na próxima terça-feira.

Queiroga apresentará a correção de rumos
Em seu depoimento, hoje (6/5), aos senadores da CPI da Covid, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terá a missão de abastecer a base governista com tudo o que o ministério ajustou desde que ele assumiu o cargo. A estratégia é passar a ideia de que qualquer deslize ficou para trás.

Vacinas & protocolos
Falará do protocolo em curso para o tratamento dos pacientes, sem hidroxicloroquina, da compra de vacinas e da perspectiva de ter os brasileiros imunizados até o final do ano. É uma estratégia do tipo “vamos pensar no futuro e deixar o passado para lá”.

Não fez nem “cosquinha”
A reação dos secretários de Fazenda estaduais e municipais contra a extinção da comissão mista que analisou a reforma tributária não fará o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), mudar de posição. Ele está convencido de que é preciso começar a analisar a proposta fatiada na Casa para garantir votação este ano.

Lula na área/ É hoje a conversa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com José Sarney, o oráculo da política brasileira a que todos recorrem, inclusive Bolsonaro. Para completar, o petista pretende, ainda, um tête-à-tête com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), aquele que o DEM preserva a quatro chaves para ver se consegue transformá-lo em candidato a presidente da República, em 2022.

Olho nele/ Pacheco é considerado equilibrado, preparado, agregador. De quebra, pode sair bem de Minas Gerais, onde nada impede que arrume uma boa coligação para apoiá-lo. O nome do senador, aliás, começa a aparecer discretamente em pesquisas.

Ele vai insistir/ O governador de São Paulo, João Doria, já fez chegar à executiva do PSDB que defenderá a manutenção das prévias do partido para presidente da República, em 17 de outubro. “Quem quer adiar prévias não quer prévias”, afirmou.

Alvo & querido/ Os bolsonaristas colocaram o senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) no radar dos ataques nas redes sociais e, por WhatsApp, distribuem vídeos do senador ao lado de Lula. Já o líder do DEM, senador Marcos Rogério (DEM-RO), é visto como o melhor da tropa de choque do governo.

E o Teich, hein?/ Cada grupo saiu com uma narrativa do depoimento do ex-ministro Nelson Teich. Os oposicionistas consideram que ele deixou claras as dificuldades de Bolsonaro em seguir as recomendações do Ministério da Saúde. Já os governistas consideram que ouviram dele o principal: Bolsonaro nunca disse diretamente ao ministro que ele tinha que incluir a hidroxicloroquina no protocolo do Ministério. E segue o baile.

A terceira via e o PSD entram no xadrez para 2022

Publicado em coluna Brasília-DF

Enquanto a CPI da Pandemia vai aos poucos refrescando a memória dos brasileiros sobre o processo da tragédia de 411 mil mortes por complicações decorrentes da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula vão montando o tabuleiro para 2022. Bolsonaro, conforme adiantou a coluna, já tem fechados quatro partidos — PP, PL, PTB, Republicanos e o pequeno a que se filiará. Lula, por sua vez, tem o PT, o PCdoB e deve ter ainda o PSB e o PSol.

Quem está no papel de terceira via é o PSD. Ao fechar a filiação do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o presidente do partido, Gilberto Kassab, se coloca como gente grande neste jogo, uma vez que já tem em suas fileiras o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, reeleito com louvor no primeiro turno. Kassab, que estará com Lula esta semana, já avisou que pretende lançar candidato próprio.

CPI 2, governo 0

O governo acredita que o depoimento do ex-ministro da Saúde Nelson Teich vai se somar ao de Luiz Henrique Mandetta, num estado de puro desgaste para o Planalto. Caberá a Marcelo Queiroga a tarefa de tentar empatar o jogo.

Ponto fraco

No caso de Eduardo Pazuello, a avaliação geral é a de que, quanto mais tempo o general pedir para se explicar, pior vai ficar, por causa dos documentos que podem chegar à Comissão. É preciso esclarecer, por exemplo, as negociações de vacinas que Teich tentou fazer e Pazuello não conseguiu dar continuidade.

Os primeiros reflexos da CPI

Bem ou mal, a CPI da Pandemia já produziu efeitos positivos. Na Câmara, a reforma tributária é colocada no palco principal das discussões, ainda que não se saiba aonde vai chegar. E o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, corre no sentido de vacinar toda a população até ao final do ano.

Vem por aí

A ideia do governo é transformar a vacinação num atenuante ao desgaste que virá com a CPI. No Planalto, ministros estão convencidos de que, com a população vacinada, os brasileiros vão esquecer as primeiras falas de Bolsonaro contra a vacina chinesa e, também, o pronunciamento da “gripezinha”. A oposição, por sua vez, aposta que a CPI ajudará a refrescar a memória do brasileiro sobre o pano de fundo das 411 mil mortes até aqui.

Guedes e Wajngarten no alvo/ As discussões de hoje, depois do depoimento do ex-ministro da Saúde Nelson Teich, vão girar sobre a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten.

Tchau, Aguinaldo/ O presidente da Câmara, Arthur Lira, promete levar a reforma tributária ao plenário, mas falta combinar com os líderes. O texto do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ainda não é consenso entre os líderes e se não for, não há como encaminhar direto. Há quem aposte que, se Arthur insistir, será mais um tema para o STF.

Enquanto isso, no Salão Verde…/ Um vídeo em que aparece a deputada Alê Silva (PSL-MG), no Tik ToK, dançando “Carpinteiro”, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, com dois assessores, viralizou nos grupos WhatsApp das excelências.

Doutor Ulysses de testemunha/ A gravação, na entrada do plenário, mostra ao fundo, a estátua do presidente da Câmara, Ulysses Guimarães. A cena inusitada foi criticada pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) nas redes sociais: “A deputada bolsonarista Alê Silva não tem mesmo o que fazer na Câmara?! O Brasil com mais de 400 mil mortes por covid e essa criatura usa as dependências da Câmara para fazer dancinha?”

Com Eduardo Paes, Rodrigo Maia e Alexandre Kalil no PSD, Kassab arma seu jogo para 2022

Publicado em Rumo a 2022

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, confirmou a amigos a filiação do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, à legenda. No cenário político, essa é vista como a notícia mais importante do dia, porque coloca o PSD com os pés em colégios eleitorais estratégicos, como o Rio de Janeiro, e Belo Horizonte, onde o prefeito Alexandre Kalil foi reeleito em primeiro turno e já é visto como um possível candidato a vice, ou, quem sabe, até um candidato a presidente da República.

Até aqui, o PSD é o único partido que não tem bloco no Senado, não está fortemente alinhado ao PT, nem a Jair Bolsonaro e planeja lançar candidato próprio a presidente da República. É uma agremiação a acompanhar de perto, porque, a cada dia se movimenta e ganha espaços importantes na arrumação do tabuleiro do ano que vem. Kassab age silenciosamente e só vai colocar seu time eleitoral em campo em 2022.

Em tempo: Rodrigo Maia não se filiou (ainda), mas, diante das dificuldades eleitorais que pode ter no Rio de Janeiro, precisará da ajuda de Eduardo Paes. E, num MDB que sempre se apresentou dividido e um PSDB cada vez mais bélico, o PSD é visto, no momento, como o porto mais seguro do pedaço.