O outro lado da terceirização

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Servidores públicos estão pra lá de desconfiados da proposta de terceirização aprovada pela Câmara. A avaliação de diversas categorias foi a de que o governo deu um chega pra lá nos concursos públicos (que custam dinheiro), abriu a porta da esperança à contratação de apadrinhados e, de quebra, um portal para essas admissões, sem desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso porque os gastos com os terceirizados muitas vezes não entram nas despesas com pessoal e sim, na prestação de serviços. Atos de protesto virão.

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Em tempo: o governo tem um discurso afinado entre seus mais fiéis escudeiros para responder àqueles que consideraram a terceirização um alerta de que a reforma da Previdência não passa. Não houve tanta mobilização do Planalto para a votação esta semana. Para a Previdência, estão todos trabalhando dia e noite.

Serraglio à deriva

Até os aliados de Osmar Serraglio comentam que o delegado Maurício Moscardi, da operação Carne Fraca, deixou o ministro da Justiça, chefe da PF, no pior dos mundos: se criticar o trabalho da polícia, será acusado de tentar interferir nas investigações. Se defender, dirão que tenta agradar para ver se consegue abrigo. Da parte do governo Michel Temer, a ordem é deixa estar para ver como é que fica.

Menos, Meirelles, menos!

Depois do discurso contra a reforma da Previdência, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, solta a voz contra o aumento de impostos admitido pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Meirelles não pode fazer esse tipo de declaração porque desmerece a credibilidade dele. Ele tem que ser fator de estabilização e não de desestabilização. A maior virtude do Meirelles é a confiança. O Brasil é a 7ª economia do mundo, ele não pode se expor falando: “Se vender uma hidrelétrica, se isso, se aquilo”, disse Renan à coluna.

Menos, Meirelles, menos II

O senador lembra ainda que o Congresso tem ajudado de todas as formas e que, só na repatriação e na devolução dos recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foram R$ 150 bilhões. Esse dinheiro seria suficiente para cobrir o deficit. “Há muita improvisação”, completa.

Por falar em Renan…

O ministro Edson Fachin negou aos advogados do senador acesso à delação da Odebrecht. Eles recorreram à 2ª Turma. “A gente tem que se informar pelo Youtube”, ironizou em conversa presenciada pela coluna.

CURTIDAS

Aliança tática/ Crítico da reforma da Previdência, o senador Paulo Paim (foto) (PT-RS) foi chamado para expor sua visão na reunião do PTB que discutiu o tema. Sinal de que não tem alinhamento direto ao projeto do governo.

Apartheid legislativo/ O senador Eumano Ferrer (PMDB-PI) resolveu separar aqueles que têm mais seis anos de mandato daqueles que terminam o trabalho em janeiro de 2019. Na última terça-feira, por exemplo, fez um jantar só para a turma que não será forçada a disputar eleição em 2018. Os “patos mancos”, como dizem os americanos, não foram chamados nem para o café.

Carne Forte I/ Desde que o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) assumiu a primeira vice-presidência da Câmara, os almoços de quarta-feira na casa dele foram transferidos para lá. Dia desses, o presidente da sessão mencionou: “Quem estiver nas comissões e no almoço do deputado Fabinho, compareça ao plenário para votar”.

Carne Forte II/ A crise da carne fez com que o restaurante ganhasse visibilidade, mensagens em defesa dos produtos brasileiros e mais adeptos. Ficou combinado que, a cada quarta-feira, um deputado financiará a comida. Semana que vem, o deputado Sérgio Reis ficou de levar um porco pantaneiro.

O Youssef da JBS

Publicado em coluna Brasília-DF

A Operação Carne Fraca fez com que a Polícia Federal do Paraná colocasse novamente os holofotes sobre o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, preso em Brasília desde o ano passado. Para muitos procuradores, policiais e até integrantes do setor agropecuário, Lúcio Funaro está para a JBS como Alberto Youssef esteve para as empresas enroscadas no Petrolão. Era Funaro quem fazia as intermediações de muitos negócios dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos do grupo, que também custeou a campanha de muitos parlamentares.

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A teia de negócios faz de Funaro o elo entre a Lava-Jato e a Carne Fraca. Porém, há uma diferença entre Youssef e Funaro: o primeiro optou pela colaboração premiada. Funaro tem dito repetidamente que não falará.

Odebrecht II, a missão
Quando o Petrolão fisgou a Odebrecht, a empresa reduziu as atividades. Agora, a FriBoi, do grupo JBS, chamou representantes de toda a cadeia produtiva — criadores de gado, produtores de ração, etc — e avisou que vem aí uma redução de 50% no abate. Ou seja, vai sobrar boi gordo no pasto, uma vez que o grupo é responsável hoje por metade do abate brasileiro.

A estratégia mudou
O governo decidiu inverter o roteiro montado para votar a reforma previdenciária. Em vez de deixar a negociação para o plenário da Câmara, vai tratar das mudanças no texto ainda na Comissão Especial. Assim, dá discurso para a base chegar ao plenário e passar o rolo compressor.

#Ficaadica
A retirada dos servidores estaduais do texto da reforma da Previdência foi um aviso aos governadores que até aqui não haviam se mobilizado para ajudar o governo federal a tratar da proposta no Congresso. A partir de agora, quem quiser “carona” num texto da União, terá de ajudar na busca dos votos para aprová-lo.

Renan sugere um pacto
Resumo do discurso de uma hora do líder Renan Calheiros ontem no plenário da Casa: Ok, podem acabar com o foro privilegiado e endurecer o combate à corrupção. Mas, em troca, que venha também a lei do abuso de autoridade. Não dá para os procuradores vazarem nomes de políticos e ministros sem apresentar, ao menos, o contexto em que os nomes foram citados.

E a lista fechada miou
A avaliação de muitos políticos é a de que, neste momento, será muito difícil aprovar a lista fechada dentro de uma reforma política. Alvaro Dias, por exemplo, disse ao CB.Poder que não apoia. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, também tem dúvidas.

CURTIDAS

Cadê o Ricardinho? // Ricardo Saud, da JBS, que cuidava das relações da empresa com o meio político, sumiu do Congresso. Amigos dele garantem que a ideia é seguir para os Estados Unidos.

Gilmar na área // O baixo clero da Câmara e do Senado está mesmo para lá de entusiasmado com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes: “Ele tem coragem e fibra para dizer tudo o que nós não gostaríamos de falar”.

Meu filhão I // Antes do discurso em que colocou para fora tudo o que estava acumulado em relação aos procuradores, Renan Calheiros (foto) fez questão de defender o filho Renan Filho junto a um grupo de jornalistas. “O governador de Alagoas não recebeu um centavo de ninguém. As doações dele foram via partido. Não há motivos para citá-lo”, comentou.

Meu filhão II // Enquanto Renan defendia o governador de Alagoas, a mãe do ministro Alexandre Moraes chamou a atenção ontem no hotel em que se hospedou em Brasília. Em voz alta, no café da manhã, anunciou que o filho tomaria posse naquela tarde no STF. Sabe como é, mãe é mãe!

A Odebrecht do agronegócio

Publicado em coluna Brasília-DF

Parte dos ataques feitos à equipe de policiais que deflagrou a Operação Carne Fraca está diretamente relacionada ao receio que a classe política tem de que essa operação repita o mesmo processo da Lava-Jato. Na sua origem, a Lava-Jato foi uma investigação envolvendo a ação de doleiros em postos de gasolina. Chegou à Odebrecht e à megadelação que hoje deixou uma leva de políticos sob suspeita. Com a Carne Fraca não deve ser diferente. Começou “nos novilhos” e vai desaguar no “touros”.

A equipe que investigou os frigoríficos por dois anos atingiu a JBS, empresa vista pelos investigadores como uma Odebrecht do agronegócio, beneficiada com empréstimos do BNDES, porteira que volta e meia recebe flashes, mas permanece na penumbra.

#Ficaadica

Se o ex-senador Gim Argello
(PTB-DF) quiser partir para a colaboração premiada sem prejudicar o filho, poderá fazê-lo incluindo o herdeiro no acordo. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa usou essa tática para evitar que sua família terminasse enroscada na trama.

#Sigaatrilha

A operação de ontem da PF deixou o mundo político mais atônito do que já estava porque ficou mais próxima dos reais operadores. Entre deputados e senadores, está cada vez mais claro que os policiais e procuradores não descansarão enquanto os últimos beneficiários do esquema desvendado pela Lava-Jato não estiverem fisgados sem margem para dúvidas ou arquivamento de processos.

A reforma da salvação

O voto em lista ganhou apoio entre os comandantes partidários por ser visto como a tábua para segurar quem está citado nas delações. Assim, os políticos mencionados poderão tentar ser eleitos no bolo, sem precisar fazer campanha mostrando a cara. Basta colocar a sigla do partido e jogar na telinha quem está fora das investigações.

Atira na Carne…

… Para pegar a Lava-Jato. As declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes sobre o desprezo a provas vazadas para a mídia foram lidas por muitos procuradores e policiais federais como uma tentativa de colocar a Lava Jato em xeque.

CURTIDAS

CB.Poder/ O senador Álvaro Dias (PV-PR) é o entrevistado de hoje do Programa CB.Poder, ao vivo, às 13h30 na TV Brasília. Ele é autor da proposta de emenda constitucional que acaba com o foro privilegiado.

Sshhhh 1/ O deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP) poderia ter dormido sem esta: Ria tão alto numa conversa paralela durante o seminário internacional sobre sistema eleitoral que o mediador Daniel Zovatto, diretor regional do Idea para América Latina e Caribe, passou-lhe uma descompostura em portunhol: “Vamos respeitar los palestrantes!”

Sshhhh 2/ Outros deputados presentes ficaram constrangidos. Um deles comentou, baixinho: “Político brasileiro está tão em baixa que leva bronca até de estrangeiro!” Zovatto, reconhecido internacionalmente por seus estudos na área politico-eleitoral, é argentino.

Sogra baladeira/ D. Norma, a primeira-sogra do país, não perde uma. A mãe de Marcela Temer publicou, ontem à noite, no Instagram, imagens de um show no bar Santa Fé, no bairro Jardim Botânico. A segurança da presidência jamais pensou que a mãe de uma primeira-dama rendesse tanto serviço.

Lava Jato sob risco imediato

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O governo joga pedras na Operação Carne Fraca da Polícia Federal mirando a Lava Jato. O alerta vem de Florianópolis, onde os delegados da Polícia Federal realizam seu VII congresso Nacional. A avaliação dos investigadores é a de que a crise está instalada e o governo aproveitará as falhas de comunicação da apresentação da Carne Fraca para derrubar os delegados que comandaram a operação no Paraná _ os mesmos da Lava Jato. Leandro Daiello, o diretor-geral da PF, também está sob risco. A Policia Federal ferve nos bastidores.

Tem Barbalho na linha

Hoje as 15h30, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) irá à tribuna falar sobre a Lava Jato. Ele inclusive já avisou aos colegas de Senado para irem ao plenário acompanhar seu pronunciamento. Quem conhece Jader sabe que ele não é homem de meias palavras. E tem coragem para dizer tudo o que a cúpula do PMDB pensa, mas não sabe como dizer publicamente.

A POLITICA CORRE CONTRA O TEMPO E A LAVA JATO

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Esse não foi um domingo qualquer. Enquanto o presidente Michel Temer fazia reuniões para tentar evitar maiores estragos na economia, aposta de seu governo, Lula abria sua campanha de 2018. Em Monteiro, na Paraíba, os petistas mobilizaram muita gente para receber o ex-presidente na inauguração da transposição do São Francisco, obra que começou no governo de Lula e foi concluída por Michel Temer. Esses movimentos ilustram bem a pressa de cada um. Vejamos cada movimento.

O governo agiu rápido. Usou o domingo para reunir sua equipe, embaixadores e tentar evitar que a Operação Carne Fraca, deflagrada na última sexta-feira, jogue no chão o esforço de recuperação da economia nacional, no qual a exportação do agronegócio cumpre papel fundamental. Para se segurar no cargo até dezembro de 2018, o presidente precisa convencer a todos que tem sim condições de retomar o crescimento da economia, a estabilidade econômica e política representada pela ampla base que o apoia. Sem uma economia com boas notícias, os solavancos provocados na Lava Jato podem comprometer o governo. (Porém, não será oferecendo produtos importados que todos serão convencidos. O cerimonial podia ter escolhido uma que tivesse, ao menos, o nome nacional).

Agora ,vejamos os movimentos do petista:

Lula não tem outra saída a não ser colocar seu bloco na rua e é o que está fazendo, Assim, se for preso, terá sido porque sua candidatura ameaça as elites do país. A decisão de colocar a campanha no ar e rápido coincide com o inicio da série de depoimentos que o petista fará para conceder as dezenas de explicações que ele e seu parido devem ao país. O primeiro, semana passada na Justiça Federal em Brasília, foi muito ruim, na visão do próprio PT. Lula não soube dizer quanto ganha de aposentadoria e ainda se referiu a R$ 50 mil como se fosse algo pequeno. Ora, num pais onde o salário médio não chega a R$ 2 mil., R$ 50 mil é muito dinheiro para a maioria da população (certamente não seria para Sérgio Cabral ou D. Adriana, que vai para casa em breve)

Contagem regressiva
Para completar essa confusão toda, tanto Lula quanto Temer sabem que muitos terão o que explicar na hora em que vier a público a íntegra da delação da Odebrecht. Obviamente, sempre será pior para quem está no comando do país. Mas o PT, que já pagou caro pela Lava Jato, também não estará longe de ser obrigado a dar explicações. Por isso, todos correm. E , nessa corrida, viveremos outros domingos tão agitados quanto esse que termina daqui a pouco.

E por falar em Domingo, José Serra fez aniversário ontem, Dia de São José.

E a aposta da semana?
Os desdobramentos da Carne Fraca, levantamento do sigilo da delação da Odebrecht, movimentos políticos por anistia ao caixa dois, Para completar, a Associação Nacional dos Delegados da Policia Federal (ADPF) promove em Florianópolis o VII Congresso Nacional dos Delegados de Policia Federal, com o tema “Fortalecimento e Autonomia da PF para o Combate à Corrupção”. Se estiverem todos por lá, os enroscados nas próximas fases das operações em curso podem ficar tranqüilos. Pelo menos, até quarta-feira. O VII Congresso termina 23 de março.

No mais, que os santos nos protejam. Hoje e sempre!

Questão de sobrevivência

Publicado em coluna Brasília-DF

Na conversa com o presidente Michel Temer, depois de deflagrada a Operação Carne Fraca, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu a despolitização de todas as 27 superintendências regionais da pasta. O presidente concordou. Resta saber se o governo vai conseguir implementar essa medida, uma vez que as indicações são feitas por integrantes da poderosa bancada do agronegócio, que, aliás, é a madrinha do ministro da Justiça, Osmar Serraglio.

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O ministro, que também tem laços com a Frente Parlamentar de Agricultura, tem dito nos bastidores que esse tema é “questão de sobrevivência do país” e não de deputados e senadores. Blairo, aliás, percorreu o mundo em defesa da carne brasileira. Agora, Temer orientará o Itamaraty para defender o país nesse campo.

Debita lá!

Aliados do presidente Michel Temer fizeram questão de lembrar, ao longo de todo o dia, que as investigações começaram no governo do PT. “Faz parte da herança maldita.”

Enquanto isso, no agronegócio…

A ordem entre os agropecuaristas é aproveitar o escândalo da Carne Fraca para pressionar o governo a fazer com os frigoríficos o mesmo que vale para os laboratórios de produtos farmacêuticos. Tirar os fiscais de dentro dos frigoríficos, deixando esse trabalho in loco para as empresas que compram a carne para revenda. Ao governo caberia o papel que tem hoje a Anvisa em relação aos remédios e produtos afins.

R$287 milhões
Valor doado pela JBS a campanhas em 2014 no caixa um. Muito dinheiro. Aos poucos, descobre-se o porquê. Vem por aí mais uma investigação envolvendo as doações legais.

Amigos, amigos…

Nas internas, aliados do ministro do Turismo, Max Beltrão, têm reclamado que os cortes no Orçamento da pasta foram feitos para que ele não tivesse meios de mostrar serviço e, assim, se credenciar para concorrer a uma vaga de senador contra Renan Calheiros, candidato à reeleição pelo PMDB.

Por falar em Renan…

O líder do PMDB mandou dizer que costuma viajar de Brasília a Maceió em aviões de carreira e não de carona com o filho, o governador de Alagoas.

CURTIDAS

Sob encomenda/ O primeiro comercial que apareceu na maior emissora do país depois do Bom Dia Brasil foi da Associação Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) defendendo a importância do trabalho desses técnicos.

Haja serviço!/ Nesses três anos de Lava-Jato, os peritos da Polícia Federal analisaram 4.271 dispositivos eletrônicos, entre computadores, celulares, pen drives, cartões de memória, incluindo aí 93 antigos disquetes. Tudo equivale a 1,21 petabyte, volume de dados que a Associação dos Peritos Criminais comparou a 250 milhões de Bíblias digitalizadas que, empilhadas, teriam 12.500 quilômetros.

F~°#@/ Os palavrões com os quais o ministro tem se referido aos fiscais e aos frigoríficos que roubaram a imagem do país e a qualidade de seus produtos são impublicáveis.

Na porta de Adriana/ É bom a ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo começar a se acostumar. Já tem gente no Rio de Janeiro planejando protestos em frente ao edifício de luxo onde ela vai ficar em prisão domiciliar. E, desta vez, virá dos servidores que não recebem salários. Da outra vez que houve acampamento ali, em 2014, Sérgio Cabral (foto) colocou a culpa em Anthony Garotinho.

As preliminares de 2018

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Com a lista de delatados pela Odebrecht em fase de análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os senadores pré-candidatos a algum mandato eletivo aproveitaram o encontro com Michel Temer para fazer suas apostas eleitorais e cenários futuros. Romero Jucá mencionou que está desde já em campanha. Porém, a maior dúvida entre os senadores hoje é: réu pode ou não ser candidato a presidente da República? Até aqui, só condenado em segunda instância está fora. Lula é réu. O ex-presidente do Senado, Renan Calheiros, também. Valdir Raupp, idem. Já se sabe que quem é réu não pode fazer parte da linha sucessória da Presidência da República. Ainda no jantar, alguém citou o projeto do deputado Miro Teixeira para impedir que os réus possam concorrer aos cargos de presidente da República e de vice. Até aqui, com tantos indicados a esse aposto junto ao nome, a perspectiva de aprovação é zero. Mas, nos bastidores, a discussão está posta.

Em nome do pai
O governador de Alagoas, Renan Filho, tem concentrado as agendas às quintas e sextas-feiras em Brasília. Tudo para evitar que o pai, o senador Renan Calheiros, tenha que pegar um voo comercial e correr o risco de ser vaiado no aeroporto. Em algumas ocasiões, quando o filho não vem, Renan tem optado por passar o fim de semana na capital da República

Meu foro, minha vida I
O líder do DEM, deputado Efraim Morais, apresentou, há um ano, um parecer favorável ao projeto que acaba com o foro privilegiado. O relatório aguarda votação na Comissão de Constituição da Câmara dos Deputados. “Tem muita gente sem pressa nisso”, diz ele.

Meu foro, minha vida II
No Senado, a situação parece mais difícil para quem deseja manter o privilégio. O presidente da Casa, Eunício Oliveira, avisou a alguns senadores que, no plenário, o projeto do fim do foro privilegiado passa. Ninguém vai querer colocar a cara para defender a própria pele. O projeto, entretanto, terá que seguir para… a Câmara dos Deputados.

Gilmar e o futuro
Procurado por vários amigos para saber o que ele achava da preferência que começa a angariar nas enquetes que envolvem o baixo clero da Câmara (revelada ontem pela coluna), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, disse que jamais passou pela sua cabeça pular para o Poder Executivo, mesmo numa eleição indireta. Gilmar é feliz no Judiciário e hoje está muito próximo do presidente Michel Temer.

Depois do Caged, outros virão
A exemplo da melhora no emprego, anunciada ontem, a equipe do presidente Michel Temer vasculha as agendas dos ministros para deixar todas as boas notícias para serem alardeadas pelo presidente da República.

O retorno delas I/ Presente ao jantar do presidente Michel Temer com a bancada peemedebista, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) indica que as mágoas ficaram para trás. Quando a ex-governadora Roseana Sarney comentou que está viajando por todo o estado e recentemente esteve na divisa com Tocantins, a ex-ministra da Agricultura de Dilma Rousseff fez questão de dizer que, da próxima vez, Roseana avise a ela. “Faço questão de receber você no Tocantins e lhe prestar uma homenagem”, disse Kátia.

O retorno delas II/ Quem conversou com Roseana saiu com a impressão de que ela será candidata ao governo do Maranhão no ano que vem. Sabe como é… A política está no sangue.

Enquanto isso, no mundo dos homens…/ O resumo da ópera dos políticos está assim: “Se até homicídio prescreve, por que caixa dois, não?”

Troféu simpatia/ Além da anistia ao caixa dois, algo difícil, os deputados falam em separar doações oficiais por simpatia ao candidato e daquelas que tiveram algum motivo não republicano. A ordem é lembrar que Valdir Raupp (foto) foi acusado porque houve indícios.

Gilmar, o protagonista

Publicado em coluna Brasília-DF

Os últimos movimentos do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, agradaram o baixo clero da Câmara dos Deputados. Muito mesmo. Ao ponto de tornar o ministro do Supremo Tribunal Federal o preferido de nove entre 10 parlamentares para assumir a Presidência da República numa eleição indireta, caso lá na frente haja a necessidade de um “plano B” para garantir o status quo. Essa preferência, até bem pouco tempo, pertencia à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.

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Obviamente, ninguém trata desse tema abertamente, em frente às câmeras de TV. Isso porque nenhum deles vê hoje Michel Temer, o grande articulador político, três vezes presidente da Câmara dos Deputados, deixar que o poder escorra pelas mãos como ocorreu com Dilma Rousseff. Porém, em política, sempre é preciso se preparar para o futuro.

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Para você que perdeu os lances de Gilmar nesta semana, vale lembrar: ele não só disse que o caixa dois tinha que ser desmistificado, como também sugeriu a reunião de ontem entre os chefes dos Poderes Executivo e Legislativo para tratar da reforma política, leia-se, válvula de escape para a situação atual. É tudo que os políticos querem receber dos céus no futuro próximo.

Renan e Gilmar

Nas mais reservadas conversas em Brasília, alguns veem o senador Renan Calheiros trabalhando muito discretamente uma opção por Gilmar Mendes. É que Renan, quando dispara contra Michel Temer, como fez ultimamente, não costuma estar sozinho. Não foi à toa que Temer marcou esse jantar com os senadores do PMDB. Sempre é bom manter o fogo amigo ao alcance dos bombeiros.

Por falar em STF…

Nos próximos 45 dias, as sessões plenárias do Supremo serão dedicadas a temas de repercussão geral reconhecida, para ver se ajuda a baixar o estoque de processos. Por exemplo, os que tratavam do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins, julgado ontem. Em tempo: isso quer dizer que qualquer tema relativo à Lava-Jato que envolva o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ou do Senado, Eunício Oliveira, não será levado neste período.

Terra sem lei…

No Rio de Janeiro, a Light desistiu de subir o morro para cobrar a falta de pagamento da conta de luz e fiscalizar os “gatos”. Até o Morro Dona Marta fugiu do controle. E olha que ali, bem pertinho, tem um posto policial. É a falência da segurança.

…Onde só eles mandam

No Morro do Alemão, um ponto que, no passado, Sérgio Cabral surgiu como “o pacificador”, tornaram-se corriqueiras as denúncias de transformadores furados por balas perdidas. Só este ano, 80 desses equipamentos já tiveram que ser substituídos. Nesses casos, os traficantes deixam os técnicos subirem.
CB.Poder/ Em entrevista ontem à TV Brasília, o presidente da Associação Nacional dos procuradores estaduais, Marcello Terto, se solidarizou aos manifestantes que paralisaram universidades, ônibus e outros serviços com a greve de ontem contra a reforma da Previdência. O primeiro reflexo da paralisação veio no início da noite, com a ampliação do prazo para apresentação de emendas.

Aquecimento/ Depois de expor a visão de que o governo “está perdido” para os deputados petistas, Lula (foto) assistiu demoradamente ao vídeo do seu depoimento na Justiça Federal. Foi o treino para o depoimento que ele fará brevemente em Curitiba. Não gostou do trecho em que se referiu a “chutar” o valor total dos vencimentos na casa dos R$ 50 mil.

Por falar em Lula…/ Nas rodas de Brasília, muitos dizem que “Lula estava certo”: Primeiro, falou na existência de 300 picaretas. Depois, em Paris, já presidente disse que todo mundo fazia caixa dois. Defendeu ainda o voto em lista que agora começa a ganhar corpo nas conversas da reforma política. Em tempo: Lula só não esperava que veria petistas classificados entre os 300.

Fez escola/ Vereadores das principais cidades brasileiras têm cobrado de seus prefeitos um estilo “mais Doria”. Em Porto Alegre, por exemplo, a cada anúncio do prefeito Nelson Marquezan Júnior, a tucanada vibra: “Agora, ele vira o nosso Doria”.

Temer, Renan e o jantar

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O jantar que reunirá daqui a pouco o presidente Michel Temer e a bancada do PMDB no Senado foi vendido oficialmente como um encontro que tem o objetivo claro de tentar mostrar aos políticos que o governo é “parceiro” dos seus correligionários e que todos devem agir na mesma direção para manter a estabilidade política no país __ ferramenta crucial para discussão de reformas e temas importantes. Até aí, tudo certo. O jantar, entretanto, embora tenha sido combinado com o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e com o líder da bancada, Renan Calheiros, visa reforçar o canal direto do presidente Temer com os senadores para não depender muito do líder, leia-se, Renan.

A hora do setor elétrico

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Com Lava-Jato e tudo, os políticos continuam brigando pelas indicações de diretores de empresas estatais. Depois dos novos diretores de Itaipu estampados no Diário Oficial de ontem, com o PSDB comandando a empresa e o PMDB, na diretoria financeira, a briga é em torno da Eletronorte. O grupo do ex-presidente José Sarney, que tem a capitania, está em pé de guerra com o senador tucano Flexa Ribeiro, do Pará, que se prepara para nomear seus apadrinhados na companhia.

Governo, o alvo

Os petistas comentavam ontem, no fim da tarde, que a maioria deles não terá muito o que se incomodar com a lista 2.0 de Rodrigo Janot entregue ao Supremo Tribunal Federal. Isso porque as manchetes devem ser ocupadas pelos ministros do presidente Michel Temer, que hoje estão na crista da onda. “O desgaste do PT já está precificado perante a população”, comentava um amigo de Lula.

É o que resta

Numa reunião para lá de reservada em Brasília, o ex-presidente Lula fez o seguinte comentário: “Ser candidato é a única saída que tenho para tentar salvar, não digo nem a mim, mas ao PT”.

Enquanto isso, na Câmara…

O presidente da Casa, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), aproveitou que todo mundo estava de olho no listão do Janot 2.0 e criou a estrutura da Liderança da Maioria. Dizem que será “sem aumento de despesas”, mas vêm por aí servidores que vão precisar de sala, cadeira, computador, internet, luz acesa, água, café, telefone, e lá vai.

… até Cabral se deu bem

Além disso, entrou na pauta o projeto da “convalidação” da senadora Lúcia Vânia, já aprovado no Senado, que valida todos os incentivos que governadores deram a empresas dos mais variados setores, incluindo aí perdão de dívidas, sem a unanimidade do Confaz.. “Sérgio Cabral hoje tem o que comemorar. É o maior beneficiário, pois dava incentivos até a joalherias”, comentou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA).

Liquida Lava-Jato!

Algumas conhecidas do mundo político que circulavam com bolsas de grife nos áureos tempos do PT pediram recentemente a amigas, gerentes de lojas chiques de um shopping da cidade, que ajudem a vender seus estoques de Prada, Chanel, Gucci e por aí vai. Sabe como é… O poder foi embora, mas as contas não.

CURTIDAS

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Foi imortal enquanto durou/ O senador Jader Barbalho (foto) e a deputada Simone Morgado, ambos do PMDB do Pará, estão separados. Porém, a deputada, quando pede audiência nos ministérios, ainda é tratada como a “esposa do Jader”.

Foi ele!/ Renan Calheiros passou o dia dizendo à boca pequena que a nomeação de Solange Almeida na nova Secretaria de Apoio à Mulher e ao Idoso do Rio de Janeiro tinha sido obra de Eduardo Cunha. No meio da tarde, o governador Luiz Fernando Pezão cancelou a nomeação.

Lista, que lista?/ Assim, a maioria dos políticos reagiu ao listão 2.0 entregue ontem ao STF. Renan Calheiros chegou a fechar a porta do gabinete na cara de uma produtora do SBT.

Em dia de Lava-Jato…/ A sessão do Senado terminou com um discurso do senador Wilder Moraes (PP-GO) protestando contra um livro infantil entitulado O diabo. distribuído nas escolas. “O livro diz que o capeta venceu a disputa com Deus. O capeta não venceu. Credito a Deus tudo o que conquistou. Um livro feito com dinheiro público, o capeta chama as criancinhas para brincar. Isso é absurdo! Estão fazendo apologia ao satanismo!”. É… a bruxa está solta. Antes de ele terminar o discurso, o sinal da TV Senado saiu do ar. Eu, hein…