As lições de Sarney

Publicado em coluna Brasília-DF
Chamado pelo presidente Jair Bolsonaro de “meu marechal” no dia da posse, o ex-presidente José Sarney desembarca em Brasília na semana que vem para mergulhar nos bastidores da política. Um dos ensinamentos a Bolsonaro será escolher as batalhas. Nesses primeiros dias, o presidente Bolsonaro e seu governo se lançaram em várias frentes ao  mesmo tempo. Previdência, vai e vem de aumento e redução de impostos, fusão da Embraer, extinção da Justiça do Trabalho, revisão de áreas indígenas, demissões gerais e irrestritas, constrangimentos com o mundo árabe por causa da mudança da embaixada em Israel para Jerusalém e por aí vai.
Para completar, Bolsonaro ainda foi responder a um post de Fernando Haddad no Twitter. Um presidente da República tem muito mais o que fazer do que se deixar levar por provocações da oposição. Quem entende das coisas e tem anos de estrada sabe que o foco de um presidente neste momento deve ser a principal batalha. No caso de Bolsonaro, economia e, nela, a geração de empregos. Afinal, um governo se perde quando a economia derrapa. E essa batalha, Bolsonaro, se quiser ter sucesso, não pode perder.
O IR será chamariz
Na entrevista em que mencionou a redução do Imposto de Renda, o presidente Jair Bolsonaro terminou por colocar, mais cedo na roda, a correção da tabela do IR, algo que a equipe econômica guardava para dar como uma compensação à reforma tributária.
Acabou a surpresa.
Investigação segue
Engana-se quem pensa que está esquecido o caso de Adélio Bispo, que tentou matar o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha. A Polícia Federal agora está dedicada a saber quem contratou o advogado que defendeu o criminoso.
O troco será no Senado
Partidos que se sentem desprestigiados pelo governo caminham para apoiar Renan Calheiros na briga pela Presidência do Senado. Tudo para evitar que a Casa termine nas mãos de Davi Alcolumbre (DEM-AP). Quanto a Major Olímpio (PSL-SP), a sensação de parte dos senadores é de que a candidatura tem por objetivo servir de moeda de troca mais à frente.
Rodrigo, em cima do lance…
Assim que o PRB o apoiou na corrida para presidente da Câmara, Rodrigo Maia convidou o deputado João Campos (PRB-GO) para uma conversa na qual agradeceu a postura na primeira fase da disputa e pediu voto. Afinal, Campos retirou o nome, mas não perdeu a força. É considerado peça fundamental entre os eleitores da bancada evangélica.
 
…do adversário
O vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho, também candidato, tem cercado os votos dos evangélicos e, nesta semana, apostará no governo. Ele terá um encontro com o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, a fim de ver se consegue balançar o apoio do PSL a Rodrigo Maia.
CURTIDAS  
O general é pop I / Nunca antes na história do país um ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional foi tão festejado como general Heleno (foto). Ontem, por exemplo, foi flagrado por um leitor da coluna passeando num shopping da cidade.
O general é pop II / O general não conseguiu dar 10 passos sem que alguém o parasse, sempre com palavras de incentivo. Simpático, posou para selfies, pegou crianças no colo, distribuiu sorrisos e agradecimentos a todos que o paravam para parabenizá-lo e desejar boa sorte no governo.
A moda pegou / No dia da diplomação do presidente Jair Bolsonaro, o ministro do TSE Admar Gonzaga foi criticado por ter ficado de frente para a Bandeira Nacional no momento do hino. Muitos disseram que foi um gesto de protesto, porque, como a bandeira fica no canto do auditório, ele ficou de costas para seus colegas e para o então presidente eleito. Nas cerimônias de posse em alguns ministérios, o gesto foi repetido.
A moda é antiga / O ex-ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, por exemplo, gaúcho e acostumado desde os tempos de escola a ouvir o Hino Nacional com os olhos voltados para bandeira do Brasil, fez com que o ministro da Cidadania, Osmar Terra, e o ex-ministro do Esporte, Leandro Cruz, lhe acompanhassem no gesto. Os três ouviram o Hino de costas para a
plateia na posse de Osmar.