No mesmo dia em que ganhou o apoio do PTB, partido enroscado no escândalo do Ministério do Trabalho, o pré-candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin, se reuniu com os delegados da Polícia Federal para ouvir propostas. Ao contrário do que se diz dos tucanos, não ficou no muro. Respondeu a todas as perguntas, fez altos elogios à Lava-Jato e à forma como os policiais se comportam. Chamou a PF de “polícia republicana”. A leitura que deixou para os policiais é a de que não jogará para estancar investigações. Para a classe política, entretanto, o recado está dado: Alckmin quer apoios, mas marcará diferenças entre os enrolados no escândalo.
De quebra, o tucano tenta ainda empatar o jogo com Jair Bolsonaro, do PSL, que se dizia até aqui o maior defensor das investigações. Se todos prometerem apoiar a Lava-Jato e passarem a confiança que Geraldo Alckmin transmitiu aos policiais, o tema terminará fora da campanha.
E por aí
No mercado financeiro, os analistas são unânimes em afirmar que um segundo turno entre Ciro Gomes, do PDT, e Fernando Haddad, do PT, será dólar a R$ 6. E não é lá na frente. É se e quando as pesquisas indicarem um cenário como esse. É que ambos são considerados anti-reformistas e o que investidor não suporta é perder dinheiro.
Volta, Malta!
Valdemar Costa Neto já disse que o PR não fechará com Bolsonaro e vai jogar junto com o bloco dos partidos de centro — se é que esses partidos ficarão juntos mais à frente. Mas Jair Bolsonaro pretende insistir em colocar o senador no seu palanque. Tanto é que adiou a escolha do vice para 5 de agosto.
“A neutralidade é uma posição inaceitável. A conjuntura exige posição e compromisso com o país”
Do presidente do PSB, Carlos Siqueira,
que aproveita para dizer que não trabalha com a possibilidade da candidatura da senadora Lídice da Mata à Presidência da República.
Deu ruim
A reunião do economista Claudio Adílson Gonzales, um dos pais do Plano Cruzado, hoje ligado ao DEM, com Mauro Benevides, da equipe de Ciro Gomes, foi considerada internamente um balde de água fria na perspectiva de aliança entre DEM e PDT. E mais um indício de que o bloco de centro vai se esfacelar logo ali na frente.
Liquida Temer/ Alguns deputados ficaram eufóricos ontem ao receber a informação de que, apesar de a lei eleitoral proibir liberações de recursos voluntários, há como fazer isso dentro do Fundo Nacional de Saúde. Sinal de que a romaria de políticos no setor vai continuar a mil por hora em pleno período eleitoral.
Foi só uma paradinha/ Flávio Rocha, do PRB, desistiu de ser candidato a presidente e voou para a Europa. Paulo Octávio abriu mão da candidatura ao governo do Distrito Federal e ao Senado e também foi espairecer fora do Brasil. Jofran Frejat anunciou que havia desistido de concorrer ao governo do Distrito Federal e…ficou por aqui. Sinal de que ainda quer jogar.
Não contem com ela/ O PSL, de Jair Bolsonaro, fechou o apoio à candidatura de Luiz Carlos Heinze (PP-RS) ao governo do Rio Grande do Sul. Indicou, inclusive, um vereador para vice na chapa. Lá a maior estrela do PP é a senadora Ana Amélia Lemos (foto), mais próxima de Geraldo Alckmin do que do bonde bolsonariano.
Ops!/ O deputado cearense Danilo Forte terminou a janela partidária no PSDB e não no DEM, conforme publicado pela coluna. Portanto, nada mais natural do que abrir um comitê pró-Alckmin no Ceará.