Senadores do Democratas e líderes governistas passaram as últimas horas tentando convencer o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) a pedir afastamento do mandato para evitar que a Casa seja exposta a uma votação sobre seu afastamento. Até o momento, entretanto, ele continua irredutível, dizendo que deixou o cargo de vice-líder do governo, e pretende continuar no Senado para, de lá, trabalhar a própria defesa. Esses migos, porém têm sido diretos: Se ele não toar a iniciativa de se afastar, não haverá amizade que consiga evitar o afastamento por uma maioria de senadores. Afinal, ninguém quer passar a ideia de compactuar com a presença de dinheiro nas cuecas e nádegas alheias.
Na verdade, Chico Rodrigues tenta ganhar tempo. O Senado ainda não recebeu oficialmente a decisão do ministro Luiz Roberto Barroso, que determinou o afastamento e encaminhou o caso para que o Senado se pronuncie se confirma ou revoga o afastamento. A ideia de muitos senadores é aproveitar o esforço concentrado na próxima semana para deliberar o futuro de Chico Rodrigues.
Até hoje, o plenário do Senado foi chamado a se pronunciar sobre decisões desse tipo oriundas do STF em duas situações. A primeira foi o caso do senador Delcídio do Amaral, que à época era líder do governo Dilma. Preso sob a acusação de trabalhar a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró do país, Delcídio teve a decisão do STF acatada pelo plenário. O outro caso foi o do senador Aécio Neves, que o plenário do Senado recusou. Esta Legislatura, no entanto, não analisou qualquer caso nesse sentido. Logo, será a estreia de muitos senadores de primeiro mandato numa deliberação desse tipo. A tendência é que Chico Rodrigues não escape do afastamento.