Amigos à parte

Publicado em coluna Brasília-DF

Antigos aliados do PT, partidos como o PDT e o PSB não vão engrossar as fileiras petistas em mobilizações pela absolvição e candidatura de Lula. “Justiça não se decide no enfrentamento nas ruas, e sim nos tribunais. Quem tem que participar desse julgamento são os desembargadores do TRF-4 e os advogados de defesa”, diz o ex-deputado Beto Albuquerque, que, com a morte de Eduardo Campos, foi candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva à Presidência da República. Carlos Lupi, do PDT, ex-ministro de Lula, mandou uma carta de solidariedade e tomou distância regulamentar do caso.

Em ano eleitoral, são poucos os aliados de Lula que desejam se expor em sua defesa. Até aqui, não tem sido comum ver antigos afetos dizendo de peito aberto que a Justiça persegue um inocente.

Sintomático

Até a semana passada, o site do Ministério do Trabalho trazia Cristiane Brasil como ministra. Hoje, o nome dela não aparece no espaço reservado ao titular da pasta. Para muitos que leem os meandros do poder, é sinal de que, no balanço das horas, tudo pode mudar.

Dois coelhos

Apontado por seus mais fiéis escudeiros como pré-candidato à reeleição, o presidente Michel Temer aproveitará o périplo nos programas mais populares para ver se consegue melhorar a avaliação junto ao eleitorado. Sabe como é, se o governo adquirir um pouquinho mais de músculo, terá condições de influir mais, seja no papel de ator principal numa campanha, seja como um coadjuvante de peso. Enfim, não tem nada a perder.

Dá cá sem tomar lá

Aliados do governo Michel Temer, os deputados Alberto Fraga (DEM), Izalci Lucas (PSDB) e Rogério Rosso (PSD), todos do Distrito Federal, estiveram com o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, para tratar da continuidade das obras do metrô. Querem ver se tiram do governador Rodrigo Rollemberg a paternidade da aplicação de verbas federais no quadradinho. Reforma da Previdência, entretanto, nem pensar. Até agora, nenhum deles se comprometeu a votar favoravelmente ao texto.

Recorde na Cultura

Enquanto os partidos ficam brigando por 2018, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, amplia os números positivos de sua pasta. Neste início de ano, houve captação sem precedentes para projetos culturais. Perto de R$ 600 milhões. Atribui-se a boa notícia à nova instrução normativa, editada no início de dezembro, para reduzir burocracia e estimular os patrocinadores.

Dois Renans/ Há uma semana, o governador de Alagoas, Renan Filho, esteve no Palácio do Planalto em audiência com o presidente Michel Temer e visita a ministros. À coluna, elogiou a cordialidade do presidente e as obras em curso em Alagoas. Pois domingo, no Twitter, o pai dele, senador Renan Calheiros, referiu-se no pequeno texto como governo “temeroso”.

Babel é aqui I/ O primeiro lote de inscrições para o 8º Fórum Mundial da Água, com valores promocionais, alcançou 1.242 inscritos de 95 países. Além do Brasil, estão na lista: África do Sul, Argentina, Austrália, Bélgica, Bolívia, Canadá, China, Colômbia, Dinamarca, Estados Unidos, Etiópia, França, Indonésia, Irã, Iraque, Israel, Itália, Japão, Marrocos, México, Moçambique, Palestina, Peru, Portugal, Sérvia, Turquia e Uruguai.

Babel é aqui II/ O rei do Marrocos, Mohammed VI (foto), virá ao evento. Mais de 10 chefes de Estado e de governo são esperados em Brasília em 18 de março, data da abertura. O segundo lote de inscrições segue no site www.worldwaterforum8.org.

Babel é aqui III/ O fórum terá mais de 200 sessões temáticas e trará para Brasília, entre 18 e 23 de março, os maiores especialistas do planeta sobre o tema da água. Na agenda estão temas como mudanças climáticas, gestão de recursos hídricos, saneamento e saúde, ecossistemas, biodiversidade, segurança hídrica e produção sustentável. Para um país que enfrentou a estiagem e o racionamento em diversos estados, a discussão vem bem a calhar.

Sem intermediários?/ O encontro entre o presidente Michel Temer e o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, para tratar de segurança é lido no governo como mais um da série “falo com todo mundo”. Qualquer relação com o presidente ter perguntas a responder até sexta-feira sobre o inquérito dos portos é vista como mera coincidência.