Representantes brasileiros de duas importadoras de tecidos finos foram avisados hoje de manhã que as vendas estão suspensas até segunda ordem. Com a alta do dólar, só pedidos já encaminhados serão atendidos. Uma terceira empresa comunicou aos seus representantes que a nova tabela de preços será enviada em breve. O motivo foi o dólar bater os R$ 5,00 na manhã de hoje. Se a situação não for normalizada, em breve os preços dos artigos de vestuário serão reajustados nas fábricas que importam tecidos e, consequentemente, para o consumidor final. São reflexos de uma crise provocada pelo pânico dos mercados em relação ao coronavírus que não tem data para acabar, nem tampouco para permitir avaliações mais precisas.
No caso do Brasil, a crise é mais grave porque o país não tem uma situação fiscal que permita construir hospitais específicos para atender a população que for infectada, tal e qual foi feito na China em tempo recorde. Desde a semana passada, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem feito uma série de alertas sobre a explosão de casos e adotado todas as medidas para tentar acelerar a preparação do sistema de saúde. Daí, a necessidade inclusive de suspensão das aulas, medida preventiva importante adotada ontem pelo governador Ibaneis Rocha, a fim de ganhar temo para tentar preparar o sistema. Na China, por exemplo, o feriado chegou a ser prolongado para que as pessoas ficassem em casa. Mandetta reforçou inclusive o alerta que se espalhou num áudio do dr. Fábio Jatene, do Incor de São Paulo, sobre a necessidade de cuidados com pessoas de idade, de preparação de UTIs para os pacientes graves nos serviços de saúde. Agora, é se agarrar no serviço para que não se repita aqui a situação da Itália e de outros países da Europa.