Ciro Gomes
Ciro Gomes Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press Ciro Gomes

Aliados de Bolsonaro e de Lula se aproximam dos Ferreira Gomes

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Com a eleição municipal despontando no horizonte, cada deputado ou senador começa a jogar dentro daquilo que é melhor para o seu futuro político, bem longe dos arranjos nacionais do momento. Por esses dias, não foram poucos os aliados do presidente Jair Bolsonaro e até mesmo de Lula que, no Ceará, renderam homenagens aos Ferreira Gomes — Ciro, Cid e o irmão mais novo, Ivo, prefeito de Sobral, que aniversariou semana passada e está a um passo de lançar a candidatura ao governo do estado para 2022.

A festa contou com participação de integrantes do PSD, do PP, do DEM e do PSDB, e de outros. A presença deixa claro que ninguém jogará todas as fichas no novo partido do presidente Jair Bolsonaro, que esta semana conseguiu o registro do CNPJ e agora começará a coleta de assinaturas. Todo mundo vai conversar com todo mundo.

Rodrigo Maia em três tempos

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, abriu 2019 fazendo acenos a uma fusão entre DEM e PSDB, passando a muitos a ideia de que estava fechado com João Doria para o futuro. Depois, aproximou-se do empresário e apresentador Luciano Huck. Por último, fez gestos de apreço a Ciro Gomes, do PDT. A conclusão geral de quem entende do traçado é de que Rodrigo Maia quer mesmo é… Rodrigo Maia.

Problemas à frente I

O secretário dos Portos do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni, perdeu completamente o controle quando soube que o Conselho de Elegibilidade da Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) rejeitara a indicação do advogado Jenner Augusto da Silveira Kruchewsky para diretor financeiro da empresa e Danilo Miranda para diretor comercial. A decisão foi tomada com base na Lei 13303/16 (a Lei das Estatais), que veda nomeações de conflito de interesses ou sem experiência comprovada no setor.

Problemas à frente II

Piloni ameaçou demitir todo o conselho e até a diretoria da empresa. A reação foi tão violenta que o presidente do conselho, Cleidemário Souza, limpou as gavetas e voou para Brasília, onde vive. Chamado ao Ministério da Infraestrutura, aceitou as desculpas de Piloni e rasgou o pedido de demissão. Mas não cedeu, manteve o veto aos nomes que foram
enviados a Piloni pelo ministro Tarcísio de Freitas.

Problemas à frente III

Nesta segunda, vão tentar um novo torniquete no presidente do Conselho de Elegibilidade da Codeba. É que a nomeação de Jenner, por exemplo, se arrasta desde meados deste ano. Ele foi rejeitado para presidir a Codeba e, neste segundo semestre, para ser diretor financeiro, porque, segundo o comitê, “patrocina contra a Codeba mais de 20 demandas judiciais”.

CURTIDAS

Duas vitórias/ O deputado tucano Aécio Neves não tem do que reclamar nesta reta final de 2019. Foi um dos principais articuladores e relator da emenda constitucional da transferência especial, que prevê o repasse direto de recursos aos municípios, considerada a mais importante pelos políticos. Também trabalhou pela eleição de Celso Sabino (PA) para líder do PSDB na Câmara.

Por falar em PSDB…/ A disputa do cargo de líder terá novos movimentos. Os aliados de Beto Pereira (MS) vão tentar retomar o cargo com uma nova guerra de listas. O PSDB está igual ao MDB dos tempos em que os grupos se engalfinharam com, cada semana, um líder.

O último quilombo I/ A sexta-feira em São Luís foi de festa para 25 mil famílias que vivem no bairro da Liberdade, onde acaba de ser certificado o maior quilombo urbano do Brasil e o primeiro do Maranhão. “Foi o último ato de Vanderlei Lourenço como presidente da Fundação Palmares”, lembra o deputado Hildo Rocha (MDB-MA).

O último quilombo II/ Representante da Fundação Palmares, Alan Ramalho conta que foram mais de cinco anos esperando pela certificação, que só foi possível graças à pesquisa por parte da professora Ana Regina Lucena, da Universidade Estadual do Maranhão.

Cerco a Wassef/ Executivos da JBS têm feito malabarismos para tentar se aproximar do advogado criminalista Frederick Wassef, que atende o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). Depois da primeira investida, relatada pela coluna, a empresa procurou a megaempresária do ramo de TI Cristina Boner, ex-mulher de Wassef, oferecendo um contrato. O oferecimento do contrato era relatado, dia desses, numa roda em Brasília.