Ajustes intrigas

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A largada da atual equipe econômica vem com os cortes profundos no Orçamento deste ano, que sequer foi aprovado pelo Congresso, e prosseguirá primeiramente com medidas de promoção ao comércio exterior. Também está no horizonte a simplificação de alguns impostos e a desburocratização, de forma a promover uma melhoria no ambiente tributário. Inicialmente, não vem aumento de impostos. Mas, “para não dizer que não avisei”, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mencionou o “ajuste tributário” como uma hipótese. E, diga-se de passagem, não foi obrigado a mudar a fala por causa disso, ou seja, o governo sentiu que não dá para desfazer discurso de posse de ministro.

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Enquanto Levy e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, faziam as contas para anúncio dos cortes, a classe política presente ontem à posse de Patrus Ananias no Ministério do Desenvolvimento Agrário apontava o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, como o pomo da discórdia entre a presidente Dilma Rousseff e o novo ministro do Planejamento. Sempre “sobra” para o ministro da Casa Civil.

Eles perderam…

Ainda que Dilma Rousseff tivesse entregue 10 ministérios ao PMDB, uma ala do partido permaneceria desgostosa com o Planalto. O que mais irritou os senadores, entretanto, foi o fato de Ricardo Ferraço estar definido às 18h da véspera de Natal como ministro de Ciência e Tecnologia e, às 22h, Helder Barbalho ter sido anunciado ministro da Pesca. Ou seja, para os peemedebistas, alguém não quis dar ao partido um ministério poderoso do ponto de vista de recursos orçamentários, caso da pasta de Ciência e Tecnologia.

…Ele ganhou

E o pior é que, publicamente, ninguém pode manifestar o descontentamento porque se trata do filho do senador Jader Barbalho, integrante da cúpula partidária. Para quem diria que Dilma não entende nada de política, ela deu uma chave de braço no partido. E só agora, passada a temporada de festa, é que o PMDB entendeu.

Renovou, mas não levou

A renovação da licença de Sérgio Machado no comando da Transpetro no fim da noite de segunda-feira foi lida no Planalto como apenas um tempinho a mais para que a presidente Dilma consiga definir o substituto. Ele não continuará no cargo nem tampouco de licença indefinidamente.

“Daqui não saio…”

Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) se escolheram como adversários na disputa pela Presidência da Câmara. E tentam deixar Júlio Delgado (PSB-MG) na periferia e sufocado para forçá-lo a desistir. Júlio, entretanto, avisa que não largará a empreitada. Em 2013, quando foi candidato contra Henrique Eduardo Alves, o socialista obteve 165 votos sem apoio oficial de qualquer partido. “Mesmo que eu tenha um voto, serei candidato. Sei que tenho mais que isso”, diz.

Vou ali e já volto!/ Depois de alguns dias longe do cenário político, o ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Fillippeli (foto) foi ontem à posse do novo ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Antes que alguém lhe perguntasse sobre a trágica situação das finanças locais, ele foi logo avisando: “Estou viajando de férias hoje, quando voltar, a gente conversa”. Então, tá.

Por falar em posses…/ As transmissões de cargo de Padilha, na Secretaria de Aviação Civil, e de Patrus Ananias, no Ministério do Desenvolvimento Agrário, mostraram que PMDB e o PT vivem mesmo como água e óleo: não se misturam. Foi cada um prestigiar o seu.

Quem avisa amigo é/ Em recente conversa com um amigo no Senado, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, ouviu o seguinte conselho de um senador petista: “Valorize as dificuldades que você encontrou do antecessor. Afinal, você precisa desse tempo para colocar as coisas em dia”.

Sempre assim/ Quando o preço do petróleo subiu, houve pressão para aumento no preço da gasolina. Agora que o valor do barril está em queda, ninguém fala em redução. Há quem diga que a favor do contribuinte, em 2015, nem a maré, nem o vento.