Blog da Denise publicado em 9 de janeiro de 2025, por Denise Rothenburg com Eduarda Esposito
Nos bastidores do 8 de Janeiro, dois temas tiveram destaque: a reforma ministerial que o presidente Lula pretende empreender e a guerra das emendas, que promete provocar tantos embates quanto a reforma tributária sobre a renda. Ambos os assuntos são cruciais para levar o governo ao terreno das entregas à população, com pompa e visibilidade, a fim de garantir sucesso em 2026. A mudança no ministério é um tema que ainda não está mapeado na cabeça do presidente Lula. A avaliação geral é de que a dança das cadeiras não sai antes da eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado.
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Muitos dizem que Lula precisará saber primeiro como ficará a correlação de forças no Parlamento para definir a cara do governo neste “segundo tempo”, expressão usada pelo novo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira.
Fica, ministro
A cadeira destinada ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no ato para marcar o 8 de Janeiro no Planalto, ficava ao centro, praticamente em frente ao presidente Lula. Para muitos colegas de governo, foi um sinal de que o presidente não deseja vê-lo fora do cargo.
“Se a ideia é tomar conta do Orçamento, então que proponham um plebiscito sobre o parlamentarismo. O que ocorre hoje é uma aberração”
Do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), referindo-se à guerra das emendas que vem por aí, com um grupo de parlamentares interessado em transformar emendas de comissão em individuais e/ou de bancada para garantir a liberação obrigatória.
Muito além das redes
Advogado criminalista e especialista em direito constitucional, Vitor Sampaio considera o fim do fact-checking pela Meta “um retrocesso para a moderação de conteúdo e pode ser vertiginosa e fatal, quando já se provou o quanto a mídia social é usada como arma de desinformação”.
“Vandalismo social”
Ele calcula que a ausência de mecanismos de checagem termina por enfraquecer a liberdade de expressão. “A proteção da liberdade de expressão é vital. A checagem de fatos pode ser imperfeita, mas sem uma alternativa confiável contra a propagação de fake news, já vimos que o espaço deixado será preenchido pelo descontrole informacional e pela manipulação de narrativas. Isso não fortalece a liberdade, mas a transforma em instrumento de vandalismo social”, alertou.
CURTIDAS
“Eunice e Rubens presentes”/ Na solenidade do 8 de Janeiro no Planalto, quem obteve destaque foram Chico e Juca Paiva, netos de Eunice Paiva, a viúva do ex-deputado Rubens Paiva, morto nos porões da ditadura militar. Chico, 37 anos, é diretor do Departamento de Descarbonização e Finanças Verdes, da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, do Ministério de Indústria e Comércio. Juca, de 35 anos, trabalha num banco.
Lições em família/ Os dois posaram para fotos e vídeos ao final da solenidade. “Aprendemos com nossa avó que a defesa da democracia e dos direitos humanos é uma luta permanente. E a nunca abaixar a cabeça”, conta Chico, emocionado com a instituição do prêmio Eunice Paiva.
Política na veia/ Chico é filiado ao PSB, foi candidato a vereador em 2020 e perdeu. Agora, no governo, ainda não definiu planos eleitorais. Mas quem o conhece garante que virão.
As agruras de Pacheco/ O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (foto), bem que tenta agradar a todos no Senado. Porém, não consegue fazê-lo com os próprios eleitores. O vídeo publicado nas redes sociais dele, sobre sua luta pela defesa da democracia, rendeu muita insatisfação. Muitos mineiros comentaram que Pacheco está “cavando um ministério com Lula porque não será mais reeleito em Minas”. “Vergonha de Minas, pena que não pode devolver meu voto”, afirmou uma internauta.