O parecer do senador Marcos do Val (Podemos-ES) à proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano não deixa dúvidas de que os parlamentares que hoje dominam o Orçamento e as emendas de relator querem deixar tudo amarrado para não perder esse poder no ano que vem. Seja quem for o presidente da República, a ideia é aprovar ainda antes do recesso a obrigatoriedade de liberação das emendas de relator, as RP9, com empenho e pagamento. O mesmo vale para aqueles pedidos que terminaram no balaio de restos a pagar, ou seja, aquelas emendas que o governo empenhou, mas não conseguiu liquidar.
A “amarração” do Orçamento, porém, não será tão tranquila. O PT de Lula já disse que não quer saber das RP9 obrigatórias. À exceção do presidente Jair Bolsonaro, que já convive com essas emendas, os demais candidatos ao Planalto querem ter algum recurso para empreender seus projetos. Os mais agraciados pelas RP9 vão defender a proposta. Resta saber se a maioria dos parlamentares vai aceitar. É a largada da primeira temporada de briga pelo dinheiro de 2023.
Quem sofre não esquece
O senador Reguffe terá dificuldades de recursos do União Brasil para a sua campanha ao governo do Distrito Federal. No dia em que Luciano Bivar lançava sua pré-candidatura ao Planalto, Reguffe não só faltou ao evento em Brasília, como postou em suas redes sociais uma foto com a pré-candidata do MDB, Simone Tebet. Os aliados de Bivar viram como uma provocação e agora dizem, nas internas, que o partido tem outras prioridades.
TCU na roda política
O Tribunal de Contas da União julga esta semana as contas do governo Bolsonaro de 2021. Uma parte da base governista pretende usar essas contas, que tendem a ser aprovadas, para reforçar o discurso de que não há corrupção do governo.
Foi só o começo
As informações que chegaram a alguns governistas mencionam mais de mil horas de gravações dentro da operação “Acesso Pago”. Haja calmante para relaxar a tensão de alguns personagens.
Aliviou legal
O decreto que determina parecer da Advocacia Geral da União sobre ações em ano eleitoral foi visto por aliados do presidente como “o discurso que faltava”. Agora, tudo o que for feito pelo presidente em ano eleitoral, poderá ter o “fez porque a AGU autorizou”.
CURTIDAS
Semana decisiva/ A três semanas do recesso parlamentar, o governo calcula que, se vencer os obstáculos esta semana, estará a meio caminho de segurar qualquer investigação e conseguir respirar melhor. A semana é de decisão para a CPI da Educação e para a PEC dos Combustíveis, que deve incluir os vouchers para dar uma aliviada no preço dos combustíveis e do gás para quem mais precisa.
Rio, Minas…/ Esse será o foco do ex-ministro da Defesa Braga Neto que está a poucos dias de ser oficializado candidato a vice na chapa com o presidente Jair Bolsonaro. O Rio de Janeiro, embora seja o berço político de Bolsonaro entrou na roda porque Braga Neto tem em seu currículo o título de interventor na área de segurança do estado durante o governo Michel Temer. Minas Gerais entra na roda, porque o general nasceu lá e a avaliação dos bolsonaristas é a de que Braga Neto tem tudo para ajudar a somar alguns votos no segundo maior colégio eleitoral do país.
… Exército e empresários/ Em relação aos militares, a confirmação de Braga Neto não deixa de ser um prestígio à caserna, mas a avaliação da ala política é a de que não faz muita diferença. Quanto aos empresários, o que ajuda é uma política econômica clara.
Conta outra/ A história de o PT abrir mão da reeleição de Fernando Haddad, caso o petista seja eleito governador de São Paulo, para apoiar Márcio França em 2026 é vista no PSB como o “canto da sereia”. Não é por aí que haverá acordo.
Klara Castanho/ Toda a solidariedade à jovem atriz que viu sua vida e suas dores expostas sem dó. Jornalismo se faz com informação e respeito.