Adversários vão usar declarações Mourão contra 13º e adicional de férias

Publicado em Eleições 2018

A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) planeja levar ainda hoje ao seu programa de tevê as declarações do general Hamilton Mourão criticando o 13º salário e o adicional de férias. O PT também avalia essa possibilidade. As afirmações do candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro foram publicadas em primeira mão neste blog e na coluna Brasília-DF, na edição impressa do Correio Braziliense. Foram dadas numa palestra de Mourão à CDL de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Entre outras propostas, Mourão menciona a necessidade de implementação “séria” da reforma trabalhista. E cita o 13º e o adicional de 1/3 nas férias como “jabuticabas” que pesam nas costas dos empregadores. E diz:”Como, se a gente arrecada 12, pagamos 13?”.

O candidato Jair Bolsonaro, que deixa o hospital amanhã, sentiu o estrago que a declaração pode causar e, pela terceira fez, desautorizou o vice. No Twitter, o capitão reformado diz, nas entrelinhas, que o general desconhece a Constituição. “O 13° salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”, diz o post do candidato.

Mourão causou polêmica há alguns dias ao que famílias criadas por mães e avós eram fábricas de desajustados. Antes disso, foi criticado ainda por defender a reforma da Constituição sem passar pelo Congresso Nacional. Nas duas vezes, o capitão reformado enquadrou o general.

Num país que já viu três vices no comando em menos de 50 anos — José Sarney, 1985; Itamar Franco, 1992; e, agora, Michel Temer —, as declarações daqueles que ficam em segundo plano passaram a ter peso na hora do voto.