Optar por sucos e refrigerantes dietéticos para fazer as pazes com a balança pode até render o resultado esperado. Mas a ingestão regular dessas bebidas adoçadas artificialmente tem o potencial de afetar a saúde de mulheres que estão na pós-menopausa. Ao analisar os dados de 81.714 voluntárias com idade entre 50 e 79 anos, pesquisadores dos Estados Unidos concluíram que aquelas que adotam esse hábito alimentar são até 31% mais propensas a serem acometidas por um acidente vascular cerebral, o popular derrame. Quanto ao surgimento de complicações cardíacas graves, como um infarto, o percentual é de 29%.
Os autores do estudo — divulgado hoje, na Stroke, revista da Associação Americana do Coração — ressaltam que, pelos resultados, não é possível afirmar que essas bebidas causam o derrame. O que o trabalho mostra é a existência de uma relação significativa entre os dois fenômenos. Dessa forma, quanto maior a ingestão desses produtos, mais vulneráveis ficam as mulheres. No caso das participantes do grupo de ingestão pesada (duas ou mais bebidas dietéticas por dia), o risco de serem acometidas por um derrame mais do que dobrou, quando comparadas às que ingeriam menos de uma vez por semana ou não ingeriam.
Foram analisados os hábitos alimentares das voluntárias ao longo de três anos. Como elas não especificaram quais adoçantes continham nas bebidas, não é possível afirmar se há substâncias inofensivas ou que demandam cuidado. Ainda assim, para Rachel K. Johnson, presidente do grupo de consultoria científica da Associação Americana do Coração, o resultado do trabalho merece atenção. “Esse estudo contribui para a evidência de que limitar o uso de bebidas dietéticas é a coisa mais prudente para sua saúde”, justifica.
Principal autora do estudo, Yasmin Mossavar-Rahmani, professora do Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, tem opinião parecida. “Muitas pessoas bem-intencionadas, especialmente aquelas com sobrepeso ou obesidade, bebem bebidas adoçadas com baixa caloria para seguir a dieta. Nossa pesquisa e outros estudos observacionais mostram que esses produtos podem não ser inofensivos e que o alto consumo deles está associado a um risco maior de acidente vascular cerebral e doença cardíaca.”
Segundo a Associação Americana do Coração, não há estudos científicos suficientes para concluir se bebidas de baixa caloria alteram fatores de risco para doenças cardíacas e derrames. A entidade reconhece que esses produtos podem ajudar indivíduos a interromperem a ingestão de bebidas açucaradas de alto teor calórico, mas recomenda a água como melhor escolha para uma bebida sem caloria.
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