Verdade ou mentira? Vamos ficando mais baixos à medida que envelhecemos?

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Foto: Anthony Wallace/AFP

É verdade. E o fenômeno começa bem antes de as pessoas entrarem na terceira idade. Segundo a literatura médica, a partir dos 40 anos, a estatura de um indivíduo começa a reduzir cerca de 1 centímetro por década. Quando a pessoa chega aos 60 anos, as mudanças ficam mais aceleradas: são, em média, 2 centímetros a menos a cada 10 anos.

Uma combinação de fatores explica a mudança. Entre eles estão o aumento da curvatura da coluna vertebral, a perda de líquido nos discos vertebrais, a perda da massa muscular, desgastes nas cartilagens e alterações na densidade óssea, que podem levar à osteoporose. “Esse último fator é ainda mais crítico entre as mulheres depois da menopausa”, alerta Fernando Cocco, ortopedista do Hospital Samaritano, em São Paulo.

Segundo o médico, o processo é inevitável. “O corpo vertebral não precisa de um trauma para que ocorra a redução da altura. Isso ocorre pelo processo natural de desgaste”, explica. Algumas mudanças são mais evidentes, como a alteração na curvatura torácica que leva à postura clássica do idoso, curvado para frente. Outras são mais internas. Calcula-se, por exemplo, que os discos vertebrais de idosos têm o conteúdo líquido reduzido em cerca de 35%, levando à compressão da coluna.

Estilo de vida

Apesar do encolhimento natural do corpo, Fernando Cocco lembra que há uma contribuição pessoal nesse processo. Dessa forma, o estilo de vida pode amenizar o efeito do envelhecimento na silhueta. “Os indivíduos vão fazendo uma poupança musculoesquelética ao longo da vida. A prática de exercícios físicos, os cuidados com a postura, a ocorrência de traumas e fraturas e a forma como eles são tratados são questões que também vão interferir na mudança da estatura”, explica o médico.

Além do impacto estético, a mudança na estatura pode causar complicações mais graves, como dores crônicas e dificuldades de locomoção. Por isso, a importância da prevenção. Fernando Cocco lembra que estar atento à osteoporose é outro cuidado fundamental, apesar de pouco frequente. A doença que deixa os ossos mais frágeis e porosos geralmente só é descoberta após uma fratura óssea. Um levantamento recente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) mostra que 75% dos idosos que sofreram uma fratura não sabiam que tinham osteoporose.

Carmen Souza

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