Cérebro das mulheres é mais jovem que o dos homens

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Foto: Miguel Medina/AFP

Em se tratando de cérebro, a passagem do tempo é mais benevolente para as mulheres. Segundo um estudo americano, o cérebro das mulheres é em média 3,8 anos mais jovem do que a idade cronológica delas. No caso dos homens, a diferença é de 2,4 anos. A distinção pode ajudar a explicar por que, na terceira idade, idosas costumam apresentar melhores desempenhos em testes de lógica, memória e resolução de problemas do que idosos.

“Poderia significar que a razão pela qual as mulheres não experimentam tanto declínio cognitivo nos últimos anos é porque seus cérebros são efetivamente mais jovens”, ressalta Manu Goyal, professor de radiologia da Escola de Medicina da Universidade de Washington e um dos autores da pesquisa. A equipe chegou à conclusão ao analisar tomografias cerebrais de 205 voluntários (121 mulheres e 84 homens) com idade entre 20 e 82 anos.

Como outros órgãos do corpo humano, o cérebro utiliza açúcar para funcionar. E a forma como a glicose é processada por ele pode revelar muito sobre a sua idade metabólica. Pelo exame de imagem, os cientistas avaliaram o metabolismo cerebral e o fluxo de oxigênio e glicose do cérebro dos voluntários. Cálculos matemáticos levaram aos números que revelam a vantagem feminina.

Alzheimer

Segundo Manu Goyal, isso não acontece porque os cérebros masculinos envelhecem mais rápido. “Eles começam a idade adulta cerca de três anos mais velhos que os das mulheres, e isso persiste durante toda a vida”, explica. Os cientistas cogitam que a ação de hormônios e de alguns genes possa fazer com que essa diferenciação comece ainda na juventude.

O que eles afirmam com mais convicção é que o metabolismo mais elevado pode dar ao cérebro feminino uma vantagem em ações ligadas a aprendizagem e criatividade na vida adulta. Além disso, o estudo poderá ajudar na identificação de mecanismos para proteger tanto homens quanto mulheres de doenças neurodegenerativas comuns na velhice, como o Alzheimer. Os resultados da pesquisa foram divulgados hoje, na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

Carmen Souza

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