Pessoas de diferentes gêneros, faixas etárias e orientações sexuais praticam o sexo anal. Todavia, não são todas elas que conseguem atingir o orgasmo com a penetração. É o que comprova um estudo publicado na revista científica Sexual Medicine.
Segundo a pesquisa, grande maioria dos homens cisgêneros alcançam o ápice apenas com a estimulação anal, enquanto as mulheres precisam de outros tipos de incentivos para chegar ao orgasmo. Foram analisadas 498 mulheres e 466 homens, das quais quase 50% das participantes afirmaram precisar do estímulo em outra parte do corpo.
As experiências de penetração anal receptiva coletadas visam entender onde o prazer é localizado no reto, com foco em satisfação sexual e capacidade de orgasmo. Para a maior parte dos participantes, homens e mulheres, o prazer é atingido na área próxima à abertura do ânus — nos homens, sobre a próstata. Homens heterossexuais foram os que menos relataram prazer anal, enquanto gays e mulheres bissexuais alcançam a satisfação sexual com a prática.
Dos participantes, 28% relataram já ter praticado o sexo anal, com maior prevalência entre mulheres (33%) do que entre homens (23%). Mulheres jovens relataram mais zonas erógenas, enquanto mulheres de meia-idade e homens mais velhos foram os que mais praticaram penetração anal receptiva.
Sobre o orgasmo, 36% dos homens disseram atingir o clímax apenas com penetração anal, contra 19% das mulheres. Já 32% das mulheres nunca chegaram ao orgasmo com a prática, mesmo com coestimulação.
Por meio do mapeamento da sensação erógena dentro do reto, os autores concluíram que a região não é homogênea e possui zonas com diferentes potenciais de prazer. Os métodos de estímulos também foram analisados, sendo a inserção de um pênis, dedo, língua ou brinquedo no ânus responsável pelo resultado individual.
A pesquisa revelou ainda que a literatura médica tende a focar apenas nos riscos do sexo anal, como ISTs, deixando de lado aspectos positivos como prazer, função orgástica e aconselhamento sexual adequado.