Uma pesquisa conduzida da Universidade do Sarre, publicada na revista Social Psychological and Personality Science, investigou como a sociedade avalia comportamentos sexuais de homens e mulheres. O estudo revelou que, apesar de avanços em igualdade de gênero, ainda existem padrões duplos de julgamento na sexualidade.
Os pesquisadores desenvolveram o modelo de Similaridades e Diferenças (S&D), que propõe que normas sexuais para homens e mulheres compartilham semelhanças, mas também apresentam diferenças significativas. O modelo sugere que níveis moderados de atividade sexual são avaliados mais positivamente para ambos os sexos, enquanto níveis muito baixos ou muito altos são vistos de forma menos favorável.
No entanto, o ponto considerado ideal de atividade sexual varia entre os gêneros. Para homens, o número ideal de parceiros sexuais ao longo da vida é de 4 a 5, com 2 a 3 parceiros casuais, iniciando a vida sexual entre 18 e 20 anos. Para mulheres, o ideal é de 2 a 3 parceiros ao longo da vida, com 1 a 2 parceiros casuais, iniciando a vida sexual entre 16 e 18 anos.
O estudo também pontuou que mulheres que excedem o nível ideal de atividade sexual são julgadas mais negativamente do que homens na mesma situação. Por outro lado, homens que apresentam níveis de atividade sexual abaixo do ideal enfrentam avaliações mais negativas do que mulheres com níveis semelhantes.
Esses resultados indicam que, mesmo com mudanças culturais e sociais, normas tradicionais sobre sexualidade continuam influenciando as percepções sociais. O estudo destaca a necessidade de uma reflexão contínua sobre como essas normas afetam a igualdade de gênero e a liberdade sexual.