Pode? Pode. O pior pode piorar. Marco Feliciano serve de prova. O deputado foi eleito pra dirigir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Mas falta-lhe perfil para tão delicado cargo. O homem fez discursos racistas e homófobos. Diante da reação indignada de gregos, troianos e baianos, não se intimidou. Disse que, até ele chegar, satanás comandava a comissão. Isso mesmo — satanás.
Pra se safar, apelou pra etimologia da palavra. Disse que, na origem, a trissílaba signficava adversário. É verdade. No hebraico, berço da criatura, satã (satanás) era termo jurídico. Designava o promotor no tribunal. Com o tempo, porém, a história mudou de enredo. Pouco antes da chegada de Cristo, passou a dar nome a uma força sobrenatural e maligna.
Vale a pergunta: Marco Feliciano, em pleno século 21, terá voltado no tempo? Vai ver que quis mostrar erudição — provar que sabe das coisas. Não convenceu. Xô!