Vinicius, lá no céu, sentiu saudade de mulher bonita. Pegou a revista Caras. A primeira imagem que lhe chamou a atenção foi a de um casal de pingüins. Ali estava um poema do poetinha. Ops! “Cadê a vírgula?”, perguntou ele. O gato comeu.
Trata-se do vocativo. O ser a quem nos dirigimos é pra lá de elitista. Não se mistura a nenhum termo da oração. É sempre – sempre mesmo – separado por vírgula. Na dúvida, basta antepor-lhe o ó: Chegou a hora, (ó) Brasília.
Pra frente, (ó) Brasil. Avança, (ó) Brasil. Deus, ó Deus, onde estás que não me escutas? Bom dia, ó pingüim.
Mal-humorado, Vinicius jogou a revista de lado. Partiu pra outra.