“Vassoura, pra que te quero?”, perguntam os desentendidos. Pra varrer a sujeira. Que sujeira? A corrupção, que corre solta desde que Tomé de Souza pisou terras baianas. Há quem diga que o lixo antecedeu o primeiro governador-geral da Pindorama recém-descoberta. Teria vindo nas caravelas de Pedro Álvares Cabral. Ora, se tão antigo, por que a reação contra a prática colada na alma?
“Um dia a casa cai”, diz o povo sabido. Denúncias sucessivas sobre avanço no dinheiro público indignaram os brasileiros. Os recursos que engordam a conta bancária de meia dúzia de espertalhões fazem falta nos hospitais, nas escolas, nas estradas, na segurança. Basta! Enquanto adultos e crianças se mobilizam, valem duas dicas de português.
O nome
O verbo é varrer. O substantivo correspondente é generoso. Tem duas formas. Uma: varreção. A outra: varrição. Assim, com i.
O adjetivo
As vassouras exibem as cores nacionais. Ao referir-se a elas, participantes do movimento ficaram encucados. O desconforto se deve à flexão da duplinha que simboliza o Brasil. Trata-se de verde-amarelo e verde e amarelo. Como fazer a concordância? “Vamos por partes”, diz o esquartejador. Nós obedecemos.
Verde-amarelo joga em dois times. Num deles, é adjetivo. Aí, só amarelo indica o feminino ou o plural: vassoura verde-amarela, vassouras verde-amarelas, uniforme verde-amarelo, uniformes verde-amarelas.
Verde-amarelo também pode ser substantivo. Aí, ambas as cores se flexionam. Assim: O verde-amarelo é a cor que simboliza o Brasil. Gosto dos verdes-amarelos que se destacam na Esplanada dos Ministérios.
Às vezes, a dupla vira trio. Em vez de verde-amarelo aparece verde e amarelo. Aí, não há problema. As duas cores se flexionam: bandeira verde e amarela, bandeiras verdes e amarelas, símbolo verde e amarelo, símbolos verdes e amarelos.