Janae Dutra escreve: “Desde pequena ouco falar na `última flor do Lácio´ como sinônimo de língua portuguesa. Sei que o nome se deve a soneto de Olavo Bilac. Mas nunca tive oportunidade de lê-lo. Você o tem?
Ei-lo:
Última flor do Lácio
Última flor do Lácio inculta e bela
És a um tempo esplendor e sepultura:
Ouro nativo que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
*
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
*
Amo teu viço agreste e teu aroma
De virgens silvas e de oceano largo!
Amo-te ó rude e doloroso idioma,
*
Em que da voz materna ouvi: “meu filho”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!