A língua faz pactos. Um deles: a concordância. Para conviver com harmonia, estabeleceu hierarquias. O sujeito e o predicado são os mandachuvas. Na flexão do verbo, o sujeito dita as regras. Mas muitos ignoram o trato. Resultado: tropeçam. Aiiiiiiiiiiiiii…
Nos textos do Millôr, “sobrava” alfinetadas.
O português é flexível. Permite que os termos passeiem na frase. Mas o vaivém não muda as regras. O verbo continua vassalo. Concorda com o sujeito em pessoa e número. Ocorre que nem todos se dão conta da mudança de posição. Quando o sujeito aparece depois do verbo, é tropeço certo. Veja um exemplo:
Nos textos do Millôr, sobrava alfinetadas divertidas.
Ops! Se o sujeito estivesse na frente do verbo, ninguém se machucaria: Nos textos do Millôr, sobravam alfinetadas divertidas.