Espetáculo às avessas
O carnaval vem aí. Foliões se preparam pra fazer o que sempre fazem — cair na orgia. No reinado de Momo, a alegria e o amor correm livres. O Ministério da Saúde, com base em pesquisa, descobriu que 45% dos brasileiros fazem sexo sem proteção. Lançou, então, campanha de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Entre elas, sobressai a aids.
Arthur Chioro deu entrevista para jornais, rádios e tevês. Diante de câmeras, microfones e repórteres, anunciou a estraégia: “Vamos distribuir 120 milhões de camisinhas… gratuitas”. Ops! Em vez de pronunciar gra-tui-tas, pôs baita acento no i. A silabada doeu. Pior: lançou dúvida na cabeça dos contribuintes que, no fim das contas, vão pagar a iniciativa.
Sua Excelência teria condições de mudar o comportamento da moçada? Sabe-se lá. Que tal garantir a adesão dos carnavalescos? Vale lembrar: o ditongo ui, que aparece em gratuito, soa como o de circuito e fortuito. Separar o i? Valha-nos, Deus! Não se separa o que o Senhor uniu.