Primeira exigência
Tenha cuidado com a separação das sílabas: ele morre de vergonha de ficar com um pedaço lá e outro cá. É justo. A primeira sílaba, no fim da linha, vira palavrão (cu-jo). Feito o estrago, o constrangido só encontra uma saída. Consola-se com federal (fede-ral). Os dois se abraçam e choram. Depois se vingam. Cobrem o autor de vexames.
Segunda exigência
Deixe o artigo pra lá. Cujo tem aversão a o, a, os, as. Nunca escreva cujo o, cuja a. O casamento pega mal como bater em mulher, cuspir no chão ou passar a criança pra trás na fila. Foi nessa esparrela que o jornal caiu: “O governo sancionou a Lei Anticorrupção, cujo o objetivo é aumentar o controle de atos ilícitos”. Xô, artigo!
Terceira exigência
Dê atenção à posse. O cujo, como todo pronome relativo, tem uma função: junta frases. No caso, uma delas tem de indicar posse. A presença do dissílabo evita a repetição de palavras. O enunciado fica chique como pérolas negras. Veja:
O governo sancionou a Lei Anticorrupção. O objetivo da Lei Anticorrupção é aumentar o controle de atos ilícitos.
Feio, não? A repetição torna o enunciado monótono. O jeito? Recorrer à bondade do relativo. Pra dar ideia de posse, o glorioso cujo pede passagem:
O governo sancionou a Lei Anticorrupção, cujo objetivo é aumentar o controle de atos ilícitos.