Que coisa! Dois marginais atacaram Evandro José da Silva. Roubaram-lhe a jaqueta e o tênis. Câmeras filmaram a agressão. Surpresa! A dupla entregou os objetos a policiais. Os fardados partiram sem socorrer a vítima. Eram sócios do crime. Evandro morreu.
Ele era coordenador de projetos sociais do AfroReggae. Tinha um foco: evitar que jovens engrossem as fileiras do crime. A barbárie trouxe ao cartaz o verbo delinquir. O trissílabo perdeu o trema. Mas o u continua pronunciado. E a conjugação? Defectivo, delinquir não tem a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (delinquo). E, consequentemente, não tem todo o presente do subjuntivo.
As demais formas aparecem firmes e fortes: delinques, delinque, delinquimos, delinquem; delinquia, delinquisse, delinquirá, delinquiria. Por falar em afro…
Afro joga em dois times. Num, é adjetivo ou substantivo. Aí, flexiona-se como os irmãozinhos dele: Os afros sobressaem na novela Viver a vida. (Taís Araújo é o destaque.) Gosto de cabelo afro. A cultura afra está em alta. Objetos afros se encontram em galerias de arte. As músicas afras fazem a festa nos encontros de jovens.
A outra equipe é a dos prefixos. Afro pede hífen quando indica nacionalidade (afro-asiático, afro-brasileiro, afro-indiano, afro-lusitano). No mais, é coladinho como unha e carne: afrodescendente, afronegro, afrolatria, afrofobia.