Senhoritas hebraicas

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As línguas são cheias de penetras. Com o contato, umas influenciam as outras. O português não foge à regra. No léxico de mais de 400 mil palavras, abriga estrangeirinhas de Europa, França e Bahia. Garagem, abajur e balé vieram do francês. Tapioca, mirim e pajé, do tupi. Show, gangue e estresse, do inglês. Algodão, alface e alfândega, do árabe. O hebreu também enriqueceu o idioma de Camões. Além de Páscoa, três vocábulos sobressaem — sábado, aleluia e amém.   De pernas pro ar

Ufa! Ninguém é de ferro. Nem Deus. O Senhor construiu o mundo em seis dias. No sétimo, pediu arrego. Descansou. As religiões aprenderam a lição. Valem três exemplos. Para os muçulmanos é sexta-feira. Para os judeus, sábado. Para os cristãos, domingo. Sábado, do hebraico xablat, manteve fidelidade ao objetivo. Significa dia de repouso.

Viva!

Aleluia! Aleluia! Aleluia! Reparou? A palavra vibra. Parece saltitar. A sensação tem tudo a ver com a origem da polissílaba. Em hebraico, alleluiah dá uma ordem: “Louvai com alegria a Jeová”. O sábado de aleluia é de muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiita alegria para os cristãos. Nesse dia, começa a festança da ressurreição de Jesus. O filho de Deus, segundo os evangelistas, saiu do túmulo na madrugada de sábado para domingo.

Amém

“Ave-Maria, cheia de graça! / O Senhor é convosco / Bendita sois vós entre as mulheres / E bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus / Santa Maria, mãe de Deus, / Rogai por nós, os pecadores, / Agora e na hora de nossa morte. / Amém.” O amém, que encerra várias preces, vem também do berço hebraico. Quer dizer “que assim seja”.