Ufa! É hoje. Não faltaram propagandas. Os candidatos fizeram promessas pra dar, empresar, alugar e vender. Apresentaram-se embalados para presente. Qual deles o eleitor comprará? Só ele sabe. Dono e senhor da resposta, o brasileiro responderá na urna. Sozinho, digitará o número do escolhido.
Daí o nome — voto secreto. O adjetivo vem do latim secretus. Na língua dos Césares, a trissílaba quer dizer separada, ilhada, escondida. Na de Camões, Pessoa, Machado e João Cabral, nomeia ilustre família. Entre seus membros, figura a palavra secretária.
A história começou assim. Quando usava fraldas, secretarius era lugar retirado, sala de reuniões de juízes, tribunal secreto. Mais tarde, tomou outro rumo. Deu nome a pessoa a quem se confiam segredos. Chefes preferem entregar a função a mulher. Por quê? Talvez por acreditarem mais no sexo oposto. Às vezes se arrependem. Quando ela dá com a língua nos dentes, valha-nos, Deus! Sai de baixo.