“Todo poder emana do povo”, diz a Constituição. Povo? Que povo? Alguns o chamam de povinho. Outros, de zé-ninguém. Massa serve. Povão também. Na França foi denominado de terceiro estado — tudo que não era clero nem nobreza.
Aqui, ganhou outras especificações. “Apenas um detalhe”, rotulou-o Zélia Cardoso de Mello. “É o dono da Praça Castro Alves”, cantou Caetano. “É o porta-voz do Senhor”, afirmam os pais de santo. E explicam: “A voz do povo é a voz de Deus”.
As manifestações que tomam conta das ruas deram recado claro: “Deixem as brincadeirinhas pra lá. O povo é o que diz a Constituição. Aliado às redes sociais, mostra quem é que manda”. Presidente, deputados, senadores, governadores, prefeitos & cia. eleita representam os brasileiros. Devem lutar pelo bem comum. Se não o fazem, conjugam o verbo trair. Luz vermelha
Trair joga no time de sair e cair. O trio se flexiona do mesmo jeitinho: eu traio (saio, caio), ele trai (sai, cai), nós traímos (saímos, caímos), eles traem (saem, caem); eu traí (saí, caí), ele traiu (saiu, caiu), nós traímos (saímos, caímos), eles traíram (saíram, caíram).
E por aí vai.