Na língua existem os verbos-ônibus. Como os coletivos que transportam 42 pessoas sentadas e outras tantas de pé, eles se adaptam a diferentes contextos. Genéricos, denunciam a pobreza vocabular do falante. Veja o exemplo de fazer. Fazer uma fossa? Melhor cavar a fossa. Fazer uma estátua? Que tal esculpir a estátua? Fazer economia na USP? É preferível cursar economia.
O mesmo vale para usar. A gente usa um sapato, uma blusa, um par de luvas. Todos entendem. Entendem também “visto a blusa e calço um sapato e um par de luvas”. Reparou? Além da compreensão, a palavra certa no lugar certo dá charme ao enunciado. Pega bemmmmmmmmmmmmmm.
Piada
O Barão de Itararé brincou: “O português é uma língua muito difícil. Tanto que calça é uma coisa que se bota, e bota é uma coisa que se calça”.