Pronome, pra que te quero?

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Valha-nos, Deus! É um tal de “aposento no fim do ano”, “aposentou há dois meses”, “vamos aposentar juntos” etc. e tal. Cadê o pronome? Aposentar joga no time dos transitivos diretos que viram pronominais. Veja o passo a passo da mágica:

1. Leia a frase: O INSS aposenta o trabalhador.

2. Faça a análise sintática básica: a. o sujeito é INSS (INSS é quem aposenta). b. O objeto direto é o trabalhador (o INSS aposenta alguém. Quem? O trabalhador).

3. Leia a outra frase: O trabalhador se aposentou.

4. Faça a análise sintática básica: a. O sujeito é o trabalhador (quem se aposentou). b. O objeto direto é se (= trabalhador).

Viu? Na primeira frase, o sujeito (INSS) e o objeto (trabalhador) são seres diferentes. Na segunda, o sujeito pratica e sofre a ação. São a mesma pessoa. Pra não dizer “trabalhador aposenta trabalhador”, recorremos ao pronome oblíquo. Daí o verbo ser pronominal: eu me aposento, ele se aposenta, nós nos aposentamos, eles se aposentam.

Sem o pronome, a frase fica incompleta. Ao se aposentar ou desaposentar, melhor dar o recado tim-tim por tim-tim. Assim: Eu me aposento no fim do ano. Paulo se posentou há dois meses. Vamos nos aposentar juntos. Você vai se desaposentar? Eu ainda não decidi. Talvez me desaposente.