Deus é fichinha Dad Squarisi
Fantástico? É o show da eleição. Dilma e Serra se apresentam na telinha. Não são gente de carne e osso. São deus de carne e osso. Esbanjam sorrisos e simpatias. Ela teima em parecer humana. Aposta na emoção. Ele, povinho. Joga as fichas na superação. E la nave va.
Ops! O homem avança o sinal. “Sai o Lula da Silva, entra o Zé”, diz o refrão. Não cola. “Estou feliz de entregar o cargo a meu partido e a uma mulher”, responde Luiz Inácio. “Programa Dilma presidente” não o deixa mentir. Remete ao “Programa Lula presidente”. Em mãos marqueteiras, o passado guerrilheiro ganha charme. O maridão sumido aparece todo amor. A durona chora.
A trajetória da 1ª chefe da Casa Civil abre as portas do Planalto. Pedra no caminho? Só a língua. Ao chegar “no” colégio, ela atropela a regência. Ao criar “novas” perspectivas, dá a vez a pleonasmos. Ao abusar dos achismos (acho que posso contribuir, acho que a vida me trouxe aqui, acho que posso ajudar), perde a convicção. Lembrou Michelangelo. Quando viu a perfeição da escultura, ele pensou que tivesse rivalizado com Deus. “Fala, Moisés”, ordenou ao bater com o martelo na coxa do belo homem. A criatura não obedeceu. Mas a cicatriz ficou.