A implantação obrigatória da reforma ortográfica ganhou tempo. Até 31 de dezembro de 1916 conviverão as duas grafias — a antiga e a novinha. Com ou sem as mudanças, certas regras não sofreram nem arranhão. Mantêm a cara — sem tirar nem pôr. Uma delas se refere aos monossílabos. Nenhum — nenhum mesmo — sofreu alteração.
Eis o xis da confusão. Muitos, apesar do respeito aos pequeninos, teimam em roubar o acento de têm e vêm. Bobeiam. A 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir conserva o chapeuzinho. Assim: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm. Outro caso
O respeito aos monossílabos deixou outra herança. Conservou o acento de pôr. O verbo não entrou no time das paroxítonas para, polo, pelo, pera & cia. que deixaram o acento diferencial pelo caminho. Agora, só pôr e pôde exibem o chapéu que evita confusão: Ontem ele pôde pôr o livro na estante. Hoje não pode.