Há certos substantivos que rejeitam o plural. Não que não tenham dois números. Têm. Mas, em alguns empregos, se permitem certos luxos. Só se usam no singular. Sabe quais são eles?
1º – O nome das partes do corpo
Ficam no singular quando se referem a mais de uma pessoa: Os presentes balançaram a cabeça. Os alunos levantaram o dedo. Paulo e Luís foram atingidos no coração. O corpo deles foi exumado. O coração dos atletas batia em ritmo acelerado.
Entendeu por que o singular é obrigatório? Se você escrever o plural, dará falsa impressão. Os presentes balançaram as cabeças? Só se cada um tivesse mais de uma.
Atenção, muita atenção. A regra não vale para as partes plurais (olhos, pernas, orelhas): Levantaram os olhos (os dois) para o céu. Ergueram os braços (os dois) em sinal de aprovação. A mãe puxou-lhe as orelhas (as duas).
Se for só um olho, um braço, e uma orelha, usa-se o singular: Ergueram o braço (cada presente ergueu um) em sinal de aprovação. A mãe puxou-lhe a orelha (uma só).
2º – A propriedade que se refere a dois ou mais sujeitos
Veja exemplos: Polícia inglesa procura três meninos com idade (não idades) entre 9 e 10 anos. UnB divulga nome (não nomes) dos aprovados no vestibular. A polícia apura a identidade (não identidades) dos culpados.Com a presença (não presenças) do governador e do secretário de segurança, a obra finalmente foi inaugurada. Bernardinho confirmou a escalação (não escalações) dos novos jogadores. Cerca de 50 mil pessoas perderam o emprego (não os empregos). Com a venda (não as vendas) da casa e da loja, pôde saldar as dívidas.
Por que o singular? Pela mesma razão do singular no nome das partes do corpo. Se você bobear e disser UnB divulga nomes dos aprovados, dará a impressão de que cada aprovado tem mais de um nome. Falso, não? Dá cadeia.