Ufa! O Enem passou. Agora, é aguardar o resultado. Enquanto ele não vem, pintarão brincadeiras na internet. Pessoas pra lá de inteligentes e bem-humoradas se encarregam de divulgar erros por elas mesmas criados. É divertido, mas não tem por que levá-los a sério. A moçada tropeça na língua, claro. O pronome onde é maior pedra no caminho rumo à universidade.
O dissílabo, que virou curinga, ocupa o lugar de outros pronomes. Eles esperneiam, roubam pontos, adiam promoções e matam amores. Em vão. A maior vítima é a duplinha em que . A pobrezinha quase não tem vez. Sabe por quê? Ela e o onde têm um ponto em comum — ambos indicam lugar. Mas o emprego de um não deve se confundir com o de outro. Que tal dar a César o que é de César? É fácil como andar pra frente.
Onde
O onde só tem vez na indicação de lugar físico: A cidade onde moro tem 3 milhões de habitantes. A gaveta onde guardei os documentos está trancada. A sala onde as visitas estão tem vista para o jardim. “Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá ”. (Viu? Cidade, gaveta, sala, palmeiras são lugares físicos.)
Em que
O parzinho em que joga no time da sutileza. Indica lugar não físico: Na palestra em que falou sobre a crise americana, o embaixador recebeu vaias. Na corrida em que se destacou como grande revelação, José se apresentou descalço. Este foi o ano em que a doutrinação feminista ocupou tema central na redação. (Está na cara, não? Palestra , corrida e ano não indicam lugar físico.)