Pega pra capar

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Sevan é palíndromo de Naves? A questão dividiu editores e repórteres em dois blocos. De um lado, a turma do não. Do outro, a do sim. A pergunta pintou a propósito de reportagem sobre a família Naves, vítima de famoso erro judiciário. Um dos descendentes dos irmãos condenados em 1937 é Sevan Naves. O grupo do sim diz que Sevan é palíndromo. O do não jura de pés juntos que se trata de anagrama. E daí? Faça a sua aposta:

Sevan é palíndromo de Naves. Sevan não é palíndromo de Naves.   E daí?

Marcou a letra a? Acertou. No pega pra capar, só havia uma saída — pedir socorro ao dicionário. O Aurélio diz que palíndromo é frase ou palavra que, lida da esquerda pra direita ou da direita pra esquerda, dá no mesmo. É o caso de radar, osso, ralar, arara, ovo, reler, mirim, anilina. É o caso, também, de Roma é amor, olá, galo.

Curiosos se empenham em criar palíndromos. Não é tarefa fácil, mas chega-se lá. Caetano Veloso descobriu “Irene ri”. Millôr Fernandes, “A grama é amarga”. O Barão de Itararé, “Assim a aia ia à missa”. Rômulo Marinho publicou um livro sobre o assunto. O título diz a que veio: Tucano na Cut.  

Outra história

Anagrama joga em time parecido, mas não igual. É a palavra ou frase formada pela transposição das letras de outra palavra ou frase. A leitura da frente pra trás e de trás pra frente não importa. Basta a presença das mesmas letras. Valem os exemplos de Belisa e Isabel, Iracema e América, Soares Guiomar (pseudônimo de Guimarães Rosa).