Na última semana, a campanha da Dilma estava tão animada que criou uma estação de rádio. Jingles tocavam. Admiradores davam depoimentos. Petistas cobravam a presença dos eleitores. No fim, chamaram a candidata. Triunfante, ela alfinetou: “Já houve época na nossa história onde a economia ia bem e o povo ia mal”.
Ops! A moça tropeçou no onde. O dissílabo é o campeão de erros em concursos e vestibulares. Por quê? Nem Deus sabe com segurança. A única certeza é esta: o atrevido virou usurpador. Toma o lugar dos demais pronomes relativos. Sem cerimônia, expulsa o que, o qual, o cujo e tantos outros que lhe derem passagem
Que tal devolver a César o que é de César? Basta empregar o onde na indicação de lugar físico: A cidade onde moro tem 2,5 milhões de habitantes. A cadeira onde se senta é confortável. A rua por onde passou está com asfalto novo. Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá. (Viu? Cidade, cadeira, rua e palmeiras são lugares físicos.)
Se o lugar não é físico, o onde não tem vez. É o caso da frase em questão. Na nossa história é lugar, mas não físico. Vem, em que: Já houve época na nossa história em que a economia ia bem e o povo ia mal. Melhor, não?