Há coisas que caíram de moda. Uma delas: armazém de secos e molhados. Outra: maiô com saiote. Muitas outras: máquina de datilografia, brilhantina no cabelo, pente no bolso, lenço de pano, eletrola, videocassete, disco de vinil. Comportamentos também ficaram pra trás. É o caso de fumar, dirigir sem cinto de segurança, furar a fila, jogar lixo na rua, arear panela, andar com rolinhos no cabelo.
E a carteirada? O abuso dos que se sentem superiores aos demais parecia pertencer a tempos idos e vividos. Tão idos que certas expressões usadas por eles viraram motivo de gozação. “Sabe com quem está falando?” é a mais consagrada. Às vezes sofre variações. “Sabe quem é meu pai?” “Você imagina quem sou eu?” “O senhor me conhece?” “Já ouviu falar em fulano de tal?” E por aí vai.
Ops! O programa eleitoral ressuscitou a carteirada. Aécio se apresenta com JK e Tancredo. Mostra atuação na Câmara e no governo das Gerais. O destaque? A educação. “Quem governa tem de ter atitude”, ensina. Dilma exibe feitos que humilham os moradores de OZ. Adeus, pobreza! Adeus, transporte ruim. Adeus, apagões. Bom? “É só seguir no caminho certo”, aconselha o padrinho Lula. Marina, de branco, expõe o vice, também de branco. Coincidência? Nada! A dupla se vende vestida de inocência. Todos apostam no efeito carteiraço: com seu voto, receber a faixa presidencial.