Mais que amuletos, muletas
Padrinho? É a pessoa que batiza outra. Ou serve de testemunha de casamento, duelo & similares. A figura é tão importante que merece um provérbio: “Quem não tem padrinho morre pagão”. O destaque nasceu na antiga Roma. Os moradores dos pagus (aldeias) não aderiram ao cristianismo. Politeístas, ignoraram o batismo. Eram pagãos.
No país dos privilégios, padrinho ganhou outras denominações. Uma delas: QI (quem indica). Outra: REC (recomendada). Mais uma: pistolão. Ganhou, também, outras caras. Antes eram artistas. Chico Buarque & constelação global faziam campanha pra este ou aquele candidato. Eles sumiram. Novas vedetes ocupam a vaga.
Um deles é Tancredo. O neto Aécio o convoca lá do túmulo pra lhe ungir a a campanha. Outro, Lula. Vivinho da silva, o ex-presidente não pede votos pra si. Pede pra Dilma. Sem modéstia, diz que fez muito. Precisa da afilhada pra continuar a obra que mudou a cara do país. Etc. e tal.
Marina não foge à regra. Na estreia, convocou Eduardo Campos. Até chorou. Sem produção e sem olhar o público, leu parte do discurso feito quando virou candidata oficial. Não faltaram promessas ao padrinho: “Tudo aquilo que fizemos juntos faremos daqui pra frente”. “Não vamos desistir do Brasil.” Etc. e tal. A conclusão é uma só. Os romanos tinham razão.