Pega na mentira
Dad Squarisi
Os candidatos são tementes a Deus? Não. Eles desobedecem ao 8º mandamento. Mentem. De cara lavada, exibem cenas com gente daqui e dali. O povão aparece na TV. Fala. Critica. Jura de pés juntos que diz a verdade. Nem se lembra do castigo divino. No meio do inferno, uma fogueira espera — prontinha pra fazer churrasquinho de mentiroso.
Exemplos? Eles pululam no programa eleitoral. Não entram aqui as mentiras maquiadas. Sabe quais são? As escondidas no blá-blá-blá. O louquinho por mandato promete construir escolas, hospitais, estradas que fazem inveja à Suíça, Noruega, Dinamarca e Finlândia. Não só. Promete bombar salários, criar montanhas de empregos, construir oceanos de casas. Sem limites, dá asas aos sonhos hollywoodianos. Os delírios correm soltos. Deliram.
Falemos das mentiras de carne e osso. Hoje elas sobressaíram. Roriz, como sempre, jurou ser candidato. Nem todos acreditam. Como provar? Nada melhor que mostrar as mentiras dos outros. Dilma aparece na telinha. “Vote no Agnelo, candidato a governador de Goiás”, pede. Em seguida, aparece Lula: “Eu apoio Waldez Góis”, diz todo-sorrisos. Ops! “O governador do Amapá foi preso”, avisa o Jornal Nacional.
“Cuidado Dilma. Cuidado Lula. Vocês precisam conhecer as pessoas que apoiam”, alerta texto escrito na tevê. As imagens são fortes. Convenceram? Talvez não. A equipe do candidato se esqueceu de pormenor pra lá de importante. O vocativo é termo elitista. Para manter-se longe dos demais, separa-se por vírgula (Cuidado, Dilma. Cuidado, Lula). Cadê? Sem elas, embaralham-se as coisas. A verdade parece mentira. A mentira, verdade. Quem entende?